Na última sexta-feira (15), terminou o vazio sanitário em Mato Grosso do Sul, período contínuo de 90 dias em que plantas de soja não podem ser semeadas ou permanecer viáveis em qualquer estágio de desenvolvimento em uma área definida. A medida visa reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática e é regulamentada pela resolução da Semadesc, nº 648, de 15 de agosto de 2017, por meio da Lei Estadual nº 3.333 de 21 de dezembro de 2006.
O consultor técnico do Sistema Famasul, Lenon Lovera, explica que, anualmente, o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), estabelece um prazo de liberação sanitária das plantações de soja, que deve ser respeitado por todos os estados produtores do país. “A ferrugem asiática é considerada uma das doenças mais graves que acomete a soja e pode ocorrer em qualquer estágio fenológico. Estudos feitos em diversas regiões mostraram que o fungo atingiu níveis endêmicos, com perdas de produtividade variando de 10% a 90%”, detalha.
Um estudo da Embrapa Soja (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Soja), demonstra que o vazio sanitário ajuda a reduzir o inóculo da ferrugem asiática. Os dados também apontam que o fungo causador é biotrófico, ou seja, necessita de um hospedeiro vivo para se desenvolver e reproduzir. Eliminando as plantas de soja na entressafra, quebra-se o ciclo fúngico e reduz o número de esporos presentes no ambiente.
A confirmação da doença é feita pela constatação, no verso da folha, de saliências semelhantes a pequenas feridas ou bolhas, que correspondem às estruturas de reprodução do fungo.
“Essa observação é facilitada com a utilização de uma lupa ou sob um microscópio estereoscópico, e, com o passar do tempo, as folhas infectadas pelo fungo tornam-se amarelas e caem. Por isso, o monitoramento da lavoura é essencial desde o início do desenvolvimento da soja para que o produtor possa iniciar o controle logo após o aparecimento dos primeiros sintomas ou, realizar o controle preventivo a fim de evitar o aparecimento da doença na safra”, salienta Lovera.
Lançamento do Plantio da Soja – A data de 15 de setembro também foi marcada pelo início oficial da semeadura do grão, com evento realizado pela Aprosoja/MS, com apoio da Famasul.
Durante a cerimônia serão apresentados dados e estimativas para a safra 2023/2024, como área semeada, produção e produtividade.
“A alta probabilidade da ocorrência do fenômeno El Niño indica um aumento no volume das chuvas. Se, de fato isto ocorrer entre os meses de janeiro e fevereiro, período de maior demanda hídrica da cultura, o produtor sul-mato-grossense pode esperar uma safra de grandes resultados.”, explica o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi.
Na safra passada, a soja teve uma área de 4 milhões de hectares, com produtividade média de 62,44 sacas por hectare. A produção total atingiu 15 milhões de toneladas.