Nem mesmo um diagnóstico delicado fez com que Alexandre Campos Correa, 40 anos, perdesse a alegria de viver. Muito pelo ao contrário, o tempo e o convívio com os demais pacientes e profissionais da Santa Casa de Campo Grande serviram para estimular a resiliência e despertar a criatividade, encontrando nos desenhos uma forma de homenageá-los e ao mesmo tempo superar a sua angústia.
O paulista, sul mato-grossense de coração, não está no hospital por acaso. Sua luta é recente e marcada por altos e baixos, após a descoberta de câncer no estômago. “ Tive COVID-19, fui para UPA, durante meu tratamento cosméticoi a sentir dores na barriga, e achei que era gastrite, mas após cinco dias fui transferido para o hospital com um quadro mais delicado. Recentemente, fui diagnosticado com câncer de estômago em estágio avançado ”, contou .
Diante da notícia inesperada, o técnica de farmácia chegou a pensar em fugir do hospital, abandonar o tratamento, mas ao refletir viu que tinha duas opções, ou se tratava ou ia morrer. “ Alguns médicos me viram chorando porque eu não sabia o que fazer, estava me preparando para essa situação da retirada total do estômago. Então eu vi que a atenção que eu recebia das pessoas aqui dentro, com um bom dia, uma boa tarde, os gestos de carinho, estava deixando mais forte o meu psicológico. Então, eu quis retribuir essa gentileza, mas de um jeito que a instituição agradecesse por mim esses profissionais. Por isso resolvi fazer esse agradecimento em forma de desenho ”, relata.
Uma caneta esferográfica e um bloco de rascunho foram suficientes para que Alexandre soltasse a imaginação. Ele desenhou diversos profissionais que passaram pela enfermaria onde foi internado. Traços simples, palavras de carinho e as mensagens de agradecimento foram se multiplicando. Os desenhos, deixados nas caixas do serviço de Ouvidoria do hospital, trazem detalhes do cuidado humanizado que o paciente pré-natal durante o período de internação. “ Com certeza esses gestos me deram uma nova expectativa para enfrentar essa batalha que tenho pela frente ”, conclui Alexandre.
Para a funcionária da Ouvidoria, Joice Ângelo do Nascimento, que encontrou os bilhõesetinhos desenhados pelo paciente, uma surpresa foi imensa. “ Eu fiquei maravilhada quando descobri do que se tratava, pois, a princípio, achei que fosse alguma brincadeira, mas ao ler os bilhetes a gente se emociona ”, comentou a analista administrativo, que está separando o material para encaminhar aos profissionais homenageados.
Clique aqui para conferir os desenhos, em vídeo produzido pelo departamento de Comunicação e Marketing da Santa Casa.
Assessoria Santa Casa.