Em um dia como o de hoje, 22 de abril, só que no ano de 1500, a bordo de 13 embarcações, mais de mil portugueses sob o comando de Pedro Álvares Cabral, chegaram onde atualmente é a atual cidade de Porto Seguro, na Bahia. A história que os livros sempre nos contaram foi que, por conta de uma maresia, essa esquadra veio “sem querer” ancorar aqui, no lugar até então chamado de Pindorama.
Ora, pois.
Esses mesmos livros consideram esse fato como o “Descobrimento do Brasil”. Mas, eis que anos depois e após algumas análises, começamos a perceber que essa história estava mal contada por uma série de fatores que, se fossemos descrever aqui, daria até um livro. No entanto, o propósito desse artigo não é esse, mas sim o de tentar mostrar duas coisas: uma, que o tal “descobrimento” acidental, principalmente, está bem longe de ser uma verdade. Outra, que essa palavra, sob a visão dos povos originários daqui, deveria ser substituída pela palavra invasão. Ora, pois, se um grupo de pessoas estranhas entram na sua casa sem a sua permissão, se apossa das suas riquezas, tenta escravizar sua mão
-de-obra e ainda tenta enfiar a fé e os costumes deles pela sua goela abaixo, te fazendo acreditar que o seu “deus” e sua crença são coisas erradas, do que então poderíamos chamar isso se não for de invasão?
E para agravar e chancelar essa invasão que passou a ser contínua e frequente, os chamados “descobridores” passaram a explorar os recursos naturais existentes na nova terra e ainda por cima deram início aqui no continente sul-americano numa das coisas mais desumanas e abjetas que já existiu e ainda existe no mundo: a escravidão!
Eita, Brasil!
O Brasil é realmente o país das piadas de mau gosto prontas e também da ironia e do sarcasmo latente. Pois, nesse mesmo de abril, além desse fato do qual estamos falando, é “comemorado” aqui o “Dia dos Povos Indígenas” e o “Dia de Tiradentes”. Ou seja, outras duas datas totalmente mal contadas. Mas, o pior de tudo isso é que os “descobrimentos” em forma de invasão continuam acontecendo aqui no Brasil. É invasão de privacidade, invasão de dados pessoais, invasão de residências e invasão do nosso sossego e até mesmo da nossa liberdade!
Por: poeta – Percival Lelo Gomes.