Uma comemoração que faz parte do calendário da Igreja Católica, Corpus Christi celebra-se um dos princípios mais importantes do catolicismo: o sacramento da eucaristia. Nesta quinta-feira (8), pela manhã, católicos trabalharam na confecção do tradicional e colorido tapete de 1,7 quilômetro nas avenidas Afonso Pena e Fernando Corrêa da Costa.
Logo à tarde, fiéis acompanharam a missa campal na região da Praça do Rádio Clube. O arcebispo de Campo Grande, Dimas Lara Barbosa, celebrou a presença dos fiéis empenhados em dar o testemunho público da fé, através dos longos tapetes decorados colorindo ruas e avenidas. Para Dom Dimas, o feriado religioso é o que tem as celebrações mais bonitas do calendário católico.
Segundo a Arquidiocese da Capital, foram cerca de 30 mil fiéis das 47 paróquias que participaram da data comemorativa. Cada comunidade de Campo Grande ficou responsável por produzir cerca de 20 metros do tapete, com total de 1,7 km. Agentes da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) sinalizaram o local para orientar desvios de veículos. A procissão de Corpus Christi é organizada pela Arquidiocese de Campo Grande com apoio de paróquias.
Para Carla Cristina Teixeira, 40 anos, a celebração religiosa é um momento de união entre os católicos e fortalecimento da fé. “E um momento de alimentar nosso corpo espiritual para conseguir segurar os momentos difíceis que passamos em nossas vidas. E faço um testemunho muito pessoal: essa é a minha primeira procissão depois de 25 anos afastada da igreja, mesmo nunca ter perdido minha fé. Estou muito emocionada e estou saindo daqui cheia de amor e esperança”, compartilhou.
“Estar nessa procissão representa muita união para mim, pois estou aqui com toda a minha família. Conseguimos sobreviver a uma pandemia, não perdemos nem um ente querido naquele momento em que milhares de pessoas eram enterradas todos os dias. E para mim, minha avó é tudo: é ela que sempre manteve essa fé em toda a nossa família e se ela não tivesse aqui com a gente, isso aqui não seria nada. Ela que é a matriz de tudo que sempre me ascende, que nos convida a vir, que exalta a fé dentro da nossa família. É um momento muito especial para a nossa família” disse Ana Tereza Oliveira Cardoso, 17 anos, acadêmica de Educação Física.
Irmã Conceição acredita que depois da pandemia da Covid-19, os fiéis voltaram fortalecidos com a fé na congregação. “Em 2019, última procissão do Corpus Chirsti antes da pandemia, poucas pessoas participaram, tinha muitos poucos fiéis celebrando a data. Hoje, fiquei emocionada com tantas famílias aqui unidas, parece que depois daquela provação de clausura da pandemia, voltamos a ter uma confraternização mais forte e unida. Estou muito feliz e abençoada por isso”, apontou a freira.
Acadêmico de história, Guilherme Morales de 20 anos aponta que a fé é muito importante para reconstruir as bases familiares, principalmente para aqueles que perderam entes queridos na pandemia. “É um momento de fortalecimento do amor, de união e a fé é um pilar a mais para conseguirmos nos reerguer novamente, essa data é muito importante”, disse.
Para Joana Darc Ferreira Brito, 44 anos e restauradora de imagens da Igreja, o momento é de renovação da fé de fiéis pós momento pandêmico. “Muitas pessoas entraram em depressão, perderam a fé, entraram em extremas crises de tristeza com perdas de entes queridos. Esse momento é de renovação, de ganhar força e acreditar que sim, que nosso Deus é maravilhoso e que apesar de todas as dificuldades e provação, ainda podemos fazer do nosso mundo um lugar lindo de se viver”, finalizou.