Dor de cabeça forte sem razão aparente, dormência na face, braço ou perna, especialmente de um lado do corpo, e dificuldade para falar são alguns dos principais sintomas de uma grave emergência médica: o acidente vascular cerebral (AVC). A situação, que já é preocupante por si só, tem se tornado cada vez mais crítica, uma vez que o número de óbitos causados pela interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro cresce exponencialmente. Hoje, o AVC já é a maior causa de morte no Brasil, com 85 mil vítimas só no ano passado.
Devido à gravidade da condição, é fundamental saber reconhecer os sintomas para buscar ajuda e conseguir socorro no menor tempo possível. Havendo suspeita de AVC, os médicos do Pronto-Socorro (PS) seguem um protocolo específico para atender o paciente. “Os padrões das melhores práticas mundiais estabelecem que o tempo entre a chegada ao hospital e o laudo da tomografia, quando há indicação, deve ser inferior a 45 minutos. No Hcor, conseguimos baixar para 35 minutos, em média, o que, além de diminuir as chances de sequelas, contribui para a redução do tempo de internação e da dependência de recursos terapêuticos”, revela Ricardo Araújo de Oliveira, neurologista do Hcor.
A otimização do atendimento foi possível devido ao fluxo estabelecido pela instituição. Assim que a pessoa dá entrada no hospital, a equipe do PS dispara uma mensagem acionando os profissionais do Centro de Diagnósticos e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que se mobilizam para avaliar o paciente. Na área de urgência e emergência, há um tomógrafo próprio, com tecnologia avançada, capaz de oferecer imagens mais precisas e ágeis. “Além de otimizar a área de urgência e emergência do hospital, o novo equipamento oferece aos médicos um suporte diferenciado de imagem para o diagnóstico”, ressalta.
Com os recursos necessários para avaliação, o neurologista irá determinar se o AVC é hemorrágico (quando há rompimento de um vaso cerebral), isquêmico (quando há obstrução de uma artéria) ou transitório (quando há uma interrupção temporária do fluxo de sangue ao cérebro). O AVC hemorrágico é responsável por cerca de 15% dos casos, mas pode causar a morte com mais frequência do que o isquêmico. De acordo com o neurologista do Hcor, Dr. Robson Fantinato Baiense, o tratamento depende do paciente, do tipo de AVC e da extensão da lesão. “De modo geral, podem ser necessárias cirurgias para tratar a hemorragia e aplicadas medicações que dissolvem os coágulos que estão obstruindo as artérias”, explica.
Ainda segundo o Dr. Fantinato, a doença pode afetar as pessoas de diversas maneiras. “Existe a possibilidade de recuperação plena, mas também chances de sequelas que não trazem prejuízo para o dia a dia da pessoa ou de consequências mais graves, que comprometem funções importantes do cérebro. Quando ficam sequelas, a reabilitação pode ajudar a minimizar o impacto na qualidade de vida e aumentar a recuperação funcional”, esclarece.