Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (6) na Delegacia-Geral da Polícia Civil, em Campo Grande, foi informado que o padastro Christian Campocano Leitheim, de 25 anos, e a mãe Stephanie de Jesus Da Silva, 24, trocaram mensagens para elaborarem uma mentira sobre a morte da menina Sophia. Ele pediu para que Stephanie falasse à polícia que a menina tinha caído em um parquinho e depois sugeriu a ela que se contasse à verdade ele iria cometer o suícidio.
As informações foram repassadas pela delegada titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) Anne Karine Trevisan, delegado Geral Roberto Gurgel de Oliveira Filho, diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE) Edilson Santos, assessor jurídico e delegado Gustavo Bueno, delegado adjunto da DEPCA Gustavo Henriques Barros e delegado Roberto Morgado.
O inquérito policial sobre à morte de Sophia foi iniciado na última sexta-feira (3). Segundo a delegada, no dia da morte da Sophia, a Polícia Civil foi acionada pela equipe médica que a atendeu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e de imediato uma equipe do Grupo de Operações e Investigações (GOI) foi até o local, conversou com os profissionais da unidade de saúde, que disseram que desconfiavam de que a menina estivesse morta há pelo menos 4 horas, relatando ainda que a mãe demonstrou certa frieza e só se desesperou quando foi avisada de que a polícia tinha sido acionada.
Os policiais conversaram com a mãe e em seguida foram até a casa onde a menina morava, na Vila Nasser, com a mãe e o padrasto e ele disse que já estava esperando pela polícia. Tanto a mãe quanto o padrasto foram presos em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável e encaminhados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC).
Na delegacia o padrasto se reservou ao direito de ficar calado e falar somente em juízo. Já a mãe disse que a criança tinha passado mal e que estava com a barriga inchada porque tinha comido muita maionese. Ela disse ainda que já tinha batido na filha algumas vezes, mas de forma corretiva e que nunca houve um espancamento.
Foi feito exame necroscópico em Sophia e o laudo apresentou que a menina teve traumatismo em coluna cervical e constatou que ela estava com hímen rompido, por violência sexual não recente.
Durante os trabalhos investigativos, a DEPCA apreendeu um computador e dois telefones celulares pertencentes aos autores. Foi representada pela quebra do sigilo, que foi autorizado pelo Poder Judiciário.
Tanto o computador apreendido quando os dois telefones celulares foram encaminhados para perícia. Além disso, na autópsia, foi coletado material genético da genital da vítima, que também será periciado. Foi na análise de corversas, que a polícia descobriu que ambos combinaram para mentir sobre a morte da menina.
Ao final da coletiva, a delegada explicou que mesmo que o inquérito policial tenha sido relatado e encaminhado ao Poder Judiciário, a Polícia Civil ainda aguarda os laudos de local, dos materiais apreendidos e do DNA coletado. “Esses documentos serão de suma importância para explicar toda a dinâmica dos fatos, já que nem a mãe e nem o padrasto contaram como se deu a morte de Sophia, que, segundo o laudo necroscópico, teria morrido entre às 9 e 10 horas do dia 26 de janeiro, tendo dado entrada na UPA por volta das 17 horas”, reforçou Anne Karine.
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