Por: Wilson Aquino*
Nunca vou entender o elevado preço pago pelas mulheres na sociedade, onde são discriminadas como “sexo frágil”, menosprezadas profissionalmente, recebendo os menores salários, mesmo sendo superiores em formação e conhecimento e violentadas em seus direitos fundamentais, inclusive dentro de sua própria casa.
Como podem ser consideradas frágeis quando demonstram uma força incomum e até superiores a que muitos homens? Já provaram que são capazes de suportar os piores ambientes e desafios que fariam muitos homens sucumbirem.
Como podem ganhar menos que os homens, mesmo quando ambos exercem as mesmas funções? Além do preparo profissional em igualdade, elas fazem a diferença pela sua dedicação e sensibilidade que as alicerçam a fazer sempre da melhor maneira possível as suas atribuições.
Um amigo, engenheiro civil, me confidenciou que na empresa onde trabalha tem outra profissional, no mesmo setor, que exerce as mesmas funções que ele e no entanto o salário dela é bem menor que o seu, apesar dela possuir mais diplomas e especializações. Casos assim lamentavelmente ocorrem em quase todas as profissões. Uma afronta às mulheres profissionais.
Neste ‘Mês da Mulher’ marcado pelo Dia Internacional da Mulher, o Brasil volta a colocar esse e outros problemas em relação a elas, em evidência. E como todo ano ocorre, mais dia ou menos dia, tudo volta ao esquecimento, mas não a luta, a garra e a perseverança da mulher no seu dia a dia, buscando vencer e avançar na vida.
As comemorações nas empresas e repartições, nos discursos das tribunas e postagens nas mídias sociais se vão. Mas elas não. Continuam suas lutas diárias para vencer as desigualdades, a discriminação e as injustiças que sofrem numa sociedade que pouco luta em seu favor.
E o que dizer daquelas que ainda sofrem pela violência de machistas imbecis e inconsequentes, que se acham donos delas?
Maridos e namorados que usam da violência para se impor ou puni-las pela sua superioridade a eles? O que dizer de um homem que (caso recente) com apenas duas semanas de namoro, não aceitou o rompimento da relação e a matou? E de tantos outros casos, conhecidos ou não, de violência porque não se aceita um “não”?
Quantos feminicídios! A pior das violências contra as mulheres tem ocorrido todos os dias, em todo o Brasil. Até quando assistiremos a tamanha crueldade?
Muito embora existam algumas medidas que estão sendo tomadas ou que se poderiam tomar para reduzir ou acabar (ideal) contra qualquer tipo de violência contra a mulher, a educação das crianças, a futura geração, é um meio eficaz, apesar de a longo prazo, para que se tenha maior respeito ao próximo e especialmente a elas, as mulheres.
As crianças precisam ser ensinadas desde cedo que nunca se deve levantar as mãos para alguém, especialmente uma mulher, mesmo nas piores hipóteses.
Deus, na sua infinita bondade e sabedoria, sempre ensinou o respeito ao próximo e a nunca se usar da violência. Dentro do lar então (onde lamentavelmente tem sido palco da maioria dos casos de violência e feminicídio) a família tem que torná-lo um ambiente sagrado.
Quando andou entre nós, Jesus ensinou uma lei maior e mostrou-nos como devemos tratar uns aos outros. Ele deu exemplos de amor que não se limita a uma determinada idade, sexo ou nacionalidade.
Na época de Jesus, as mulheres geralmente eram tratadas como inferiores. E em algumas culturas atuais, as mulheres geralmente não são tratadas com respeito, segundo analisa muito bem Marissa Widdison, em uma publicação na revista “Força dos Jovens” de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
Ela cita dois exemplos de respeito de Jesus às mulheres: Na época do Salvador, a maioria dos judeus se achava superior ao povo samaritano. Mas, quando Cristo conheceu uma mulher samaritana em um poço, Ele a tratou com compaixão e respeito. E foi mais além: enquanto conversava com ela, revelou pela primeira vez ser o Salvador Prometido (João 4).
Em outra situação, uma mulher foi apanhada cometendo um pecado grave. De acordo com a lei judaica, ela seria apedrejada até a morte. Quando os líderes levaram essa mulher ao Salvador, Ele lhes dirigiu uma pergunta que os fez parar e pensar. Eles não a apedrejaram. Em seguida, o Salvador a convidou a se arrepender, dizendo: vai e não peques mais (João 8:11).
Os índices e estatísticas da violência contra as mulheres, registrados na atualidade, não deixam dúvida de que muitos homens não aprenderam nada sobre o segundo grande mandamento de Deus: Amar o próximo como a ti mesmo.
*Jornalista e Professor