Você já teve aquela sensação de que precisa ligar ou visitar alguém com urgência? Ou aquela certeza de que deve oferecer ajuda a alguém que lhe parece em desespero? Esses “sussurros” da consciência não acontecem por acaso. São “sussurros do Espírito Santo”, uma forma de Deus se comunicar conosco e nos orientar sobre questões pessoais e para que possamos atender às necessidades daqueles que pediram ajuda ou mesmo daqueles que ainda não o fizeram.
Recentemente, um amigo, conhecido por sempre ajudar o próximo, compartilhou uma experiência significativa. Enquanto fazia compras para sua casa, sentiu um impulso de comprar alguns alimentos extras. No retorno para sua residência, sentiu uma intuição para mudar sua rota e parar em uma modesta casa. Lá, encontrou uma senhora com o rosto marcado pela tristeza. Ao conversar com ela, descobriu que seus três filhos estavam prestes a dormir sem ter o que comer. Aquela visita providencial levou consolo e esperança àquela família necessitada.
Quando estamos em sintonia com valores espirituais, somos conduzidos a agir melhor em benefício próprio e do próximo. Podemos nos tornar instrumentos divinos para operar milagres na vida de pessoas doentes, necessitadas e aflitas. O segundo grande mandamento, “Amar ao próximo como a nós mesmos”, assume um papel central nesse contexto.
Viver uma vida digna e honrada nos prepara para essa importante missão. Devemos estar sempre atentos aos “sussurros do Espírito Santo”, pois essa é uma das formas pelas quais o Senhor se comunica conosco, com toda a humanidade. Russell M. Nelson, presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, afirma que “podemos ouvir o Senhor mais claramente quando refinamos nossa habilidade de reconhecer os sussurros do Espírito Santo”.
É fundamental compreender a grandeza do Plano de Salvação estabelecido por Deus para todos nós. Ao fazermos isso, estaremos prontos para ajudar o próximo, não apenas com alimentos e bens materiais, mas também com palavras sábias e através de nosso exemplo moral e espiritual, bem alicerçados nos ensinamentos do Senhor.
Mesmo que não tenhamos recursos materiais para oferecer, a fé em Deus e Jesus Cristo é poderosa o suficiente para realizar verdadeiros milagres na vida daqueles que precisam de ajuda.
A fé, essa ferramenta indispensável em todas as relações humanas, é algo inestimável. As Sagradas Escrituras nos proporcionam inúmeros exemplos de seu poder de realizar e transformar. Um desses exemplos é a passagem em que Pedro, após a ressurreição de Cristo, curou um homem impossibilitado de andar.
Pedro disse ao homem: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (Atos 3:6). A fé que Pedro tinha no Senhor lhe deu coragem para realizar essa cura milagrosa.
Sobre o segundo grande mandamento Jesus o enfatizou em várias ocasiões. Em Mateus 22:39, Ele disse: “E o segundo é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Essa é a base para nos tornarmos instrumentos de Deus para ajudar os outros, estendendo a mão aos necessitados e mostrando compaixão a todos, independentemente de sua origem ou condição.
O Bom Samaritano (Lucas 10:25-37) – Essa parábola ilustra de forma clara o dever de ajudar o próximo em suas necessidades. Quando um homem foi deixado ferido e desamparado na estrada, dois religiosos passaram por ele sem oferecer auxílio. No entanto, um Samaritano, que era visto como inimigo pelos judeus, parou e cuidou do homem, demonstrando verdadeira compaixão. Jesus nos ensina que nosso próximo é qualquer pessoa necessitada ao nosso redor, e a atitude do bom samaritano nos inspira a agir em prol do bem-estar dos outros.
Os Frutos do Espírito (Gálatas 5:22-23) – Ajudar o próximo é uma manifestação prática dos frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Quando somos instrumentos de Deus para levar essas virtudes às vidas daqueles que precisam, estamos cumprindo nosso chamado espiritual.
As Obras de Misericórdia (Mateus 25:31-46) – Nessa passagem, Jesus fala sobre a importância de alimentar os famintos, dar de beber aos sedentos, acolher o estrangeiro, vestir os nus, cuidar dos doentes e visitar os encarcerados. Ele afirma que, ao fazermos isso aos necessitados, estamos fazendo a Ele mesmo. Essas obras de misericórdia refletem nossa dedicação a servir e sermos instrumentos do amor de Deus no mundo.
O Sermão do Monte (Mateus 5:1-12) – No Sermão do Monte, Jesus ensina as bem-aventuranças, destacando a importância de sermos misericordiosos, pacificadores e humildes de coração. Ao vivermos essas virtudes, nos tornamos verdadeiros instrumentos de Deus, espalhando paz e amor ao nosso redor.
O exemplo de Jesus – A vida de Jesus é o maior exemplo de amor e serviço ao próximo. Ele curou os doentes, acolheu os marginalizados e ofereceu palavras de consolo e esperança aos desesperados. Seguir Seu exemplo é o caminho para sermos verdadeiros instrumentos de Deus na terra.
Ser um instrumento de Deus para ajudar o próximo não requer grandes feitos ou recursos materiais. O simples ato de ouvir, cuidar, encorajar e oferecer apoio pode fazer uma diferença significativa na vida de alguém. Ao colocarmos em prática os ensinamentos bíblicos e seguirmos o exemplo de Jesus, transformamos o mundo ao nosso redor com o poder do amor e da compaixão. Que possamos abraçar essa missão e sermos verdadeiros agentes de mudança, propagando a mensagem de esperança e empatia em nossas comunidades e além delas.
Por: Wilson Aquino – Jornalista e Professor