Nos últimos dias, é bem possível que a foto de um pastel ou uma coxinha em formato de capivara tenha passado pela sua timeline. A iguaria foi criada pela empreendedora Cristiane Mitsue Yamashiro, conhecida como Mity, que trabalha com a família na barraca de pasteis Osamu Yamashiro em feiras de Curitiba (PR). A repercussão nas redes sociais ajudou a família a triplicar as vendas na última semana.
A família trabalha com pasteis desde a década de 1970, quando os avós de Yamashiro, vindos de Okinawa, no Japão, para o Brasil, adquiriam uma banca em uma feira tradicional na capital paranaense para iniciar a venda de pasteis. “A família toda trabalha com pastéis até hoje. Já estamos na quarta geração e amamos o que fazemos”, diz Yamashiro.
A empreendedora contou a PEGN que a ideia de fazer massas de pastel em formato de bichinhos, como cães e gatos, surgiu durante a segunda onda de restrições no comércio para controlar a pandemia, no primeiro semestre de 2021. O negócio precisou fechar durante três semanas, o que representou um baque para a empresa.
“O movimento ainda estava fraco no retorno das feiras, então resolvi fazer uns desenhos na massa em formato de bichinhos com o cortador de pastel, sem recheio. O intuito era decorar nossa vitrine para atrair a atenção das pessoas que passavam por lá”, explica.
Como a capivara é a mascote oficial da cidade, celebrada até mesmo na comunicação oficial da Prefeitura, Yamashiro resolveu homenageá-la também nos enfeites com massa de pastel. “Todas as semanas eu fazia as capivarinhas, e deixava como decoração. Até comentei com a minha irmã que trabalha comigo: ‘sei que um dia minhas capivarinhas vão ser reconhecidas, e ficarão famosas’”, diz.
E a fama veio mesmo: Yamashiro conta que diversos clientes compravam os pasteis tradicionais e tiravam fotos das capivarinhas. Até que uma dessas fotos acabou viralizando nas redes sociais. Ela resolveu surfar na onda: preparou 100 unidades e avisou que se o cliente dissesse que viu o post e comprasse acima de cinco pasteis tradicionais, ganharia uma massa em formato de capivara, sem recheio, de brinde.
“Acabou não dando muito certo. Como já tinha viralizado, os clientes queriam a massa em formato de capivara recheada. Tive que fazer bem maior para conseguir rechear.”
Ela explica que como o formato personalizado é feito a mão, diferente dos pasteis tradicionais, que são feitos na máquina, sai por R$ 15, um pouco mais caro. O objetivo, no entanto, é aproveitar o buzz para divulgar a marca e a massa de pastel, que é uma receita tradicional da família. Hoje a média de venda do novo produto tem sido em torno de 150 pasteis por dia.
A coxinha acabou surgindo a partir dos apelos dos próprios consumidores, segundo a empreendedora. O salgado já era vendido no trailer, em formato tradicional e com massa de batata, e os clientes pediram que fossem feitos moldes no formato de capivaras. “Tentei fazer a mão, fritei, gostei e acabei colocando para venda.”
Yamashiro diz que a viralização na internet ajudou a animar os clientes a voltarem a frequentar as feiras da cidade. De acordo com ela, as vendas triplicaram. “Temos recebido muitos turistas também para conhecer nosso símbolo de Curitiba. Isso é muito gratificante.”
Fonte: PAULO GRATÃO/ Pequenas Empresas & Grandes Negócios.