Nos últimos dias, o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, revelou estar passando por um tratamento pulmonar que pode ter sido causado pelo uso de cigarro eletrônico, ou ser consequência da Covid-19. O artista relatou que a mancha com aspecto de vidro fosco nos pulmões causou falta de ar que o atrapalha durante os shows.
O cigarro eletrônico, também conhecido como vape, juul, smok, e-cigarete, ecigar ou apenas tabaco aquecido, é um dispositivo com o formato de um cigarro convencional ou caneta, que contém uma bateria, geralmente de íon-lítio, e um depósito onde é colocado um líquido concentrado de nicotina, que é aquecido e inalado. Além da nicotina, o líquido possui produtos solventes como água, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes para dar sabor.
Este tipo de cigarro foi introduzido no comércio como sendo uma boa opção para substituir o cigarro convencional por conter menos substâncias cancerígenas e ter menor potencial para causar problemas pulmonares agudos, podendo ser uma boa opção para pessoas que desejam parar de fumar.
No entanto, devido à falta de dados científicos que comprovem a eficiência, eficácia e segurança dos cigarros eletrônicos, sua venda foi proibida pela Anvisa em 2009, com a RDC 46/2009, e seu uso tem sido desaconselhado por vários especialistas na área, entre os quais a Associação Médica Brasileira.
Cigarro eletrônico faz mal?
Da mesma forma que o cigarro convencional, o cigarro eletrônico faz mal principalmente devido à liberação de nicotina. A substância é uma das com maior poder de vício conhecidas: por isso, pessoas que utilizam qualquer tipo de dispositivo que libere a toxina, seja o cigarro eletrônico ou o convencional, terão maior dificuldade em deixar de fumar.
Já quanto às outras substâncias liberadas pelo cigarro eletrônico, algumas delas são cancerígenas. De acordo com um documento oficial lançado pelo CDC, correspondente ao Ministério da Saúde dos Estados Unidos, é possível que o aquecimento do solvente que carrega a nicotina no cigarro eletrônico, quando queimado a mais de 150ºC, libere dez vezes mais formaldeído que o cigarro convencional, uma substância com comprovada ação cancerígena. Outros metais pesados também têm sido encontrados no vapor liberado por estes cigarros e podem ser ligados ao material utilizado para a sua construção.
Além disso, as substâncias químicas usadas para criar o sabor dos cigarros eletrônicos também não têm comprovação de segurança a longo prazo.
EVALI: a doença do cigarro eletrônico
A EVALI (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury) é uma sigla em inglês para doença pulmonar causada pelo uso do cigarro eletrônico ou vaping, que foi identificada pela primeira vez em 2019.
Essa doença tem sido relacionada à presença de acetato de vitamina E — um tipo de óleo usado no líquido do cigarro eletrônico, especialmente nos que contém THC, a substância psicoativa da maconha –, que interfere no funcionamento normal dos pulmões.
A EVALI pode causar sintomas semelhantes à outras doenças respiratórias, como pneumonia ou até gripe, e incluem:
- Falta de ar;
- Febre;
- Tosse;
- Náusea e vômito;
- Dor no estômago;
- Diarreia;
- Tontura;
- Palpitação;
- Dor no peito;
- Cansaço excessivo.
Esses sintomas podem surgir em alguns dias ou ao longo de várias semanas, sendo importante procurar ajuda médica para que seja feito o diagnóstico e iniciar tratamento mais adequado, que muitas vezes é feito com hospitalização, utilização de oxigênio, e uso medicamentos como corticóides, antibióticos ou antivirais, por exemplo.
Cigarro eletrônico aumenta o risco de Covid-19?
De acordo com a Associação Médica Brasileira, o cigarro eletrônico pode aumentar o risco de Covid-19 devido à presença de nicotina na composição do líquido utilizado no cigarro, que pode causar danos pulmonares.
Além disso, o vapor produzido pelo cigarro eletrônico pode levar a disseminação do coronavírus no ambiente em que estão os usuários desse tipo de equipamento, aumentando o risco de infecção.
Fonte: Metrópoles com portal Tua Saúde.