A CCR MSVia completou, em 2024, dez anos de concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul. Durante essa década, a empresa obteve uma receita bilionária com a exploração da rodovia, enquanto a duplicação prometida segue longe de ser concluída, resultando em um grande número de acidentes e vítimas fatais. Diante desse quadro de desrespeito ao povo sul-mato-grossense, o sindicalista José Lucas da Silva, presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso (FEINTRAMAG MS/MT), pede às autoridades do Estado a imediata suspensão da cobrança de pedágio no Estado até que as obras sejam retomadas e avançadas e inclusive construindo anel rodoviário para desviar o trânsito de dentro de cidades como Bandeirantes, São Gabriel do Oeste, Coxim e Rio Verde de Mato Grosso.
Indignado com o número de mortes e acidentes nessa rodovia, por inteira responsabilidade da empresa, José Lucas destacou os números fabulosos do faturamento da CCR MSVia, sem o retorno em obras. De acordo com veículos de comunicação do Estado e de denúncia do deputado Junior Moch, na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a empresa conseguiu nesse período a liberação de R$ 3,9 bilhões de recursos públicos até o ano de 2017 e até 2023, gastou apenas R$ 1,8 bilhão.
Como se não bastasse tamanho lucro, a empresa ainda, segundo o parlamentar, recebeu de pedágio, dos usuários da rodovia, R$ 3,6 billhões. Diante desses números gigantescos o sindicalista José Lucas afirma que não há outra saída senão suspender imediatamente a cobrança de pedágio até que a CCR MSVia retome os trabalhos e os conclua.
Apesar dos lucros astronômicos, a duplicação da BR-163, que deveria ter sido concluída dentro dos prazos contratuais, segue paralisada na maioria dos trechos, aumentando os riscos para os milhares de motoristas que trafegam diariamente pela rodovia. As consequências desse descaso são trágicas: a BR-163 segue sendo palco de acidentes graves, muitos deles fatais, em decorrência da falta de infraestrutura adequada para suportar o intenso fluxo de veículos.
“A concessionária já arrecadou mais de R$ 3 bilhões em pedágios, e mesmo assim, a rodovia segue sem a segurança necessária. Os acidentes continuam acontecendo, tirando vidas e causando sofrimento para muitas famílias. O Governo Federal, o Governo Estadual e os representantes do Legislativo precisam cobrar uma solução urgente e não podem seguir coniventes com essa negligência”, afirmou José Lucas.
“É inaceitável que a CCR MSVia continue lucrando bilhões enquanto vidas seguem sendo perdidas por falta de infraestrutura. No mínimo, o Governo de Mato Grosso do Sul deveria suspender a cobrança do pedágio até que a empresa cumpra com suas obrigações contratuais.”
A situação da BR-163 já foi alvo de diversas promessas de soluções por parte das autoridades, mas até o momento nada de efetivo foi feito para garantir a segurança dos condutores e passageiros. Enquanto isso, os números de acidentes e mortes só aumentam, transformando a rodovia em um verdadeiro corredor da morte.
A população sul-mato-grossense exige respostas e providências urgentes. É necessário que a sociedade, representantes políticos e entidades civis se mobilizem para impedir que essa situação continue sendo ignorada.