20 mil animais silvestres mortos vítimas de atropelamento na BR-262, entre Campo Grande e Corumbá. Esta é a estimativa do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) de animais vítimas do descaso com a fauna pantaneira apenas no ano de 2021.
O trecho de pouco mais de 400 quilômetros é um verdadeiro palco de morte de animais, como onças, tamanduás, tatus, entre outros. A situação tem ficado ainda mais crítica nos últimos anos devido ao baixo nível das águas do rio Paraguai. Com isso, produtos que normalmente eram escoados via hidrovia, agora dependem do transporte rodoviário.
“A situação não é nova, mas tem se agravado. A fauna pantaneira tem sofrido ataques constantes. Não bastassem os 17 milhões de animais mortos no Pantanal durante os incêndios de 2020, dezenas têm morrido todos os dias por falta da adoção de medidas para frear esta triste realidade. O Pantanal é de todos e as ações precisam ser integradas, envolver poder público, conglomerados que dependem da rodovia para escoar suas produções”, afirma o presidente do IHP, coronel Ângelo Rabelo.
No início de 2021, diversas instituições – públicas, privadas e sem fins lucrativos – se reuniram para discutir a questão. A intenção era adotar medidas que pudessem reduzir drasticamente a quantidade de animais atropelados todos os dias na rodovia. Quase um ano depois, não houve avanços.
“Do jeito que não está, não pode ficar. A natureza não consegue se renegar na mesma velocidade em que é atacada. A ação humana não pode acabar com esse grande tesouro que é o Pantanal”, enfatiza Rabelo.
Em Mato Grosso do Sul, algumas rodovias estaduais já estão recebendo passagens superiores, para que os animais atravessem a via em segurança: MS-382, próxima ao Parque Nacional da Serra da Bodoquena, e MS-345, entre Anastácio e Bonito.
Assessoria.