A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) anunciou os 13 judocas que representarão o Brasil na Olimpíada de Tóquio 2021, no Japão. Além dos convocados, a entidade também divulgou a lista da equipe de apoio, formada por 20 atletas de base que ajudarão na preparação final da seleção verde e amarela em Hamamatsu, local de aclimatação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em solo japonês.
Dentre eles está a sul-mato-grossense Aléxia Vitória Vilhalba Souza Nascimento, beneficiária nos últimos quatro anos do programa Bolsa Atleta, concedido pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte). A atleta de 18 anos é uma das revelações do judô nacional e já vem sendo preparada pela CBJ para os próximos ciclos olímpicos: Paris-2024 e Los Angeles-2028.
A judoca foi chamada para participar de todos os últimos treinamentos de campo (camping) com a seleção brasileira principal em Pindamonhangaba (SP). O mais recente foi realizado de 25 de maio a 1º de junho. As atividades no complexo de alto rendimento da CBJ, no interior paulista, visam integrar a base com a equipe de elite, considerada “receita de sucesso” da Confederação no processo de formação de uma nova geração de judocas.
A formação da equipe de apoio é feita em parceria com o COB, método para estimular talentos com futuro olímpico. “Temos equipes de apoio há quatro ciclos olímpicos e sempre tem surgido atletas de apoio que chegam às medalhas nos Jogos Olímpicos. Os nomes mais recentes são Rafaela Silva e Felipe Kitadai, dois medalhistas olímpicos e atletas bem destacados”, enfatizou o gestor de Alto Rendimento da CBJ, Ney Wilson Pereira, durante o anúncio da seleção nesta quarta (16).
Para o pai e técnico da atleta, Alessandro Nascimento, contemplado pelo programa Bolsa Técnico desde 2017, a convocação para a aclimatação em Tóquio é a realização de mais um sonho e uma motivação para o futuro. “É uma honra muito grande para mim, que sou o técnico da Aléxia desde os seus três anos de idade. Olimpíadas e Mundial sempre foram o meu sonho quando atleta e, agora, vendo o meu sonho sendo realizado pela minha atleta e filha, a felicidade é dobrada. Isso é só o começo de mais conquistas que virão pela frente”.
Em Hamamatsu, cidade distante 259 quilômetros da capital japonesa, já será possível sentir o “frio na barriga” de participar de uma Olimpíada. “É uma oportunidade única. Quando, por exemplo, a Gabriela Chibana [atleta convocada na categoria até 48 kg] for se preparar, a Aléxia vai ajudá-la e, com isso, já vai vivenciar o clima dos Jogos Olímpicos, estando ao lado dos atletas que vão brigar por medalhas”, completa Nascimento.
O diretor-presidente da Fundesporte, Marcelo Ferreira Miranda, destaca que a inserção da atleta nos ciclos olímpicos é motivo de orgulho para o esporte de Mato Grosso do Sul. “O potencial da Aléxia é indiscutível, há muito tempo vem colecionando inúmeras medalhas por onde passa e isso nos enche de orgulho. A seleção brasileira de judô já conta com ela para daqui três anos em Paris e também em Los Angeles, e tenho certeza que é uma das fortes candidatas a trazer medalhas para o Brasil”.
Para Tóquio-2021, dos 13 judocas convocados, sete são homens e seis mulheres. Desses, sete atletas vão estrear nos Jogos Olímpicos, evidenciando o sucesso na renovação constante do judô brasileiro. A equipe masculina do Brasil terá nos tatames Eric Takabatake (-60kg), Daniel Cargnin (-66kg), Eduardo Katsuhiro Barbosa (-73kg), Eduardo Yudy Santos (-81kg), Rafael Macedo (-90kg), Rafael Buzacarini (-100kg) e Rafael Silva “Baby” (+100kg). Já a feminina é composta por Gabriela Chibana (-48kg), Larissa Pimenta (-52kg), Ketleyn Quadros (-63kg), Maria Portela (-70kg), Mayra Aguiar (-78kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg).
A delegação brasileira viajará ao Japão em dois grupos diferentes. O primeiro, formado pelos judocas mais leves, sairá do Brasil em 8 de julho. O segundo, com os mais pesados, que lutarão nos últimos dias, vai embarcar rumo ao país asiático no dia 13 de julho. As disputas da modalidade na capital japonesa serão de 24 a 31 de julho.
O judô é o esporte individual que mais rendeu medalhas olímpicas ao Brasil. No total, são 22, sendo quatro de ouro, três de prata e 15 de bronze. Vale lembrar que o país esteve pelo uma vez no pódio olímpico das últimas nove edições dos Jogos Olímpicos.
Fundesporte.