A requalificação da Rua 14 de Julho é case de sucesso quando se fala em Zonas Calmas implantadas no Brasil. Nesta terça-feira (28), Campo Grande mostrou sua experiência ao lado de Curitiba, no evento “Zonas de baixa velocidade em municípios brasileiros”, uma iniciativa do Painel Brasileiro da Mobilidade (PBM), que busca contribuir para o desenvolvimento de uma mobilidade mais acessível, segura e sustentável no Brasil. A ação é realizada pelo Instituto Cordial em parceria com o WRI Brasil e a Vital Strategies.
A velocidade pode ser considerada como um dos principais fatores de risco associados a sinistros de trânsito, principalmente para usuários mais vulneráveis, como pedestres e ciclistas. A adoção de zonas de baixas velocidades, além de diminuir a chance de ocorrer um sinistro (ou a sua gravidade), também é uma oportunidade de garantir locais abertos e públicos para convivência e permanência da população.
A primeira via com conceito de rua calma no Brasil está completando 50 anos. O calçadão da 15, no centro de Curitiba, no Paraná, é um exemplo de que desde muito tempo, o pedestre deve ser a prioridade no trânsito. Mas esse caminho em reduzir a velocidade na área urbana é sempre trilhado por desafios, seja de convencimento do que, explicitamente, é mais seguro para todos, seja por questões de infraestrutura da própria cidade.
Em Campo Grande, a revitalização do microcentro foi preparada justamente com esse foco: possibilitar a redução da velocidade e, consequentemente, garantir maior segurança para o cidadão. “Estamos trabalhando para que todo o quadrilátero central passe a ter a velocidade máxima estipulada em 30km/hora. Queremos ampliar o conceito de rua calma para além da Rua 14 de Julho”, afirma a coordenadora do Programa Reviva Campo Grande e subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos da Prefeitura Municipal, Catiana Sabadin.
A Rua 14 de Julho é a primeira via com limite de 30km/h no centro da cidade, instituído após a requalificação. Pensadas para disseminar a cultura de respeito aos pedestres, as Áreas de Trânsito Calmo incluem faixa elevada para travessia, calçadas mais largas e placas educativas. A adoção desse sistema proporciona mais conforto e segurança para os pedestres; melhoria nas condições de deslocamento para pessoas com mobilidade reduzida; maior visibilidade dos condutores e pedestres nas interseções; melhoria da qualidade de vida e estímulo à vida urbana e aos serviços do entorno; melhoria da convivência no trânsito; aumento do espaço para caminhadas, ciclismo e lazer; redução da poluição sonora e do ar.
Em 2022, Campo Grande participou da campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) para incentivar a velocidade de 30 km/h em vias sinalizadas.
Assessoria.