Quem passa antes das 7 horas da manhã em frente ao pátio da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), no Jardim Monumento, já percebe a intensa movimentação de homens e mulheres se preparando para mais um dia de trabalho por toda a Campo Grande. São aproximadamente 350 trabalhadores recrutados pelo Programa de Inclusão Social (Proinc) que diariamente cumprem uma rotina diária de manutenção da cidade. Eles atuam na varrição, tapa-buraco, limpeza de bocas de lobo, reconstrução e pintura de meio-fio, dentre outras tarefas que muitas vezes têm de ser feitas após uma chuva forte quando a desobstrução dos bueiros é fundamental para escoamento da enxurrada.
São “Proincs” como o Edvaldo Geraldo Silva, 42 anos, integrante de uma das equipes de manutenção das bocas de lobos espalhadas por toda a malha viária asfaltada de 2.500 km . Nesta terça-feira, Edvaldo que mora numa ocupação no Jardim Samambaia, saiu por volta de 6 horas de manhã para chegar antes das 7 horas no pátio da Sisep de onde, junto com os demais integrantes da equipe, foi para uma frente de serviço na Avenida Evelina Figueiredo Selingard, Parque Lageado. Por volta das 16 horas a equipe já tinha aberto e feito a manutenção de 15 bocas de lobo. “Estava desempregado e há dois meses surgiu esta oportunidade de trabalho. Esse emprego significa comida na mesa da minha família”, relata. Esta é a rotina também de Clayton Braga, morador no Bairro Tiradentes, que há 6 meses está no programa após perder o emprego de garçom.
Dona Verônica da Costa Santos, 49 anos, há dois anos vinculada ao Proinc, com as capacitações que fez neste período, descobriu-se uma empreendedora. Está completa a renda com a produção e venda de máscaras, oportunidade de negócio que surgiu com a pandemia.
Outro exemplo de uma história de sucesso aconteceu na Funsat. Wellington Barreto, 31 anos, estava perto de completar um ano trabalhando como Proinc na Funsat, quando conseguiu uma oportunidade de trabalho na área de tecnologia.
“Foi um presente de Deus, eu estava na recepção do setor que trabalho aqui na Funsat, quando uma pessoa, sabendo do curso técnico que eu faço, me fez o convite para trabalhar, na hora nem acreditei. Sou muito grato pela oportunidade que tive aqui na Funsat, e mais grato ainda por todos os ensinamentos que contribuíram para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Para aqueles que estão no programa, eu aconselho que continuem estudando e buscando seus objetivos”, comemora Wellington.
O colombiano Evangelista Sinestina Anchico, 40 anos, conta, emocionado, que ‘uma luz volta a brilhar no fim do túnel’ com o auxílio recebido. “Eu vim para o Brasil na intenção de mandar dinheiro para ajudar minha família, esposa e sete filhos, mas acabei ficando desempregado. Agora, com essa ação muito boa, uma luz volta a brilhar no fim do túnel e eu vou poder alugar um lugar para eu morar, além de ajudar minha família”, disse.