Secretários municipais e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) estiveram reunidos, nesta sexta-feira (16), com a prefeita Adriane Lopes para avaliar o cenário epidemiológico da dengue no município e discutir ações coordenadas de enfrentamento à doença.
Diferente de algumas outras capitais e municípios do próprio Estado, Campo Grande ainda apresenta um quadro estável em relação às notificações da doença. No entanto, conforme a prefeita Adriane Lopes, é necessário atuar de maneira preventiva e efetiva para evitar que haja um aumento nos casos de dengue.
“É necessário que estejamos em alerta, para evitar uma crescente no número de casos e também internações. Diante disso, é preciso intensificar o trabalho e construir ações e medidas preventivas eficazes contra essa doença”, disse.
A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, ressalta que a prevenção à dengue não é apenas uma responsabilidade individual, mas uma ação coletiva. “Isso inclui a eliminação de água parada, que serve como criadouro para os mosquitos. Ao adotarmos medidas preventivas e estivermos vigilantes, podemos reduzir significativamente o impacto da doença”, diz.
Ela lembra ainda que os impactos de uma epidemia são profundos, sobretudo na assistência. “No passado o município já enfrentou duras epidemias desta doença (dengue) e o impacto é enorme. Os serviços de saúde ficam sobrecarregados e, consequentemente, o atendimento à população é prejudicado. Por isso é preciso agirmos de maneira estratégica”, complementa.
O coordenador do serviço de Vetores do município, Vagner Ricardo Santos, reforça a importância da população manter os cuidados para evitar a proliferação do mosquito. “ Os nossos levantamentos apontam que 80% dos focos estão dentro das casas e em materiais inservíveis passíveis de serem descartados no lixo comum, como vasilhas, baldes e pequenos reservatórios, por exemplo”, diz.
Desde novembro do ano passado, as equipes da secretaria vêm intensificando as medidas de prevenção e controle do vetor da dengue, previstas no Plano de Contingência Municipal, que estabelece metas para conter uma possível epidemia de arboviroses, além de estabelecer diretrizes quanto à assistência e organização de fluxo. As diretrizes foram publicadas no último mês, prevendo estratégias a serem executadas até 2025 para evitar o aumento no número de casos.
A Sesau também tem reforçado as ações educativas e de mobilização social nas sete regiões urbanas, distritos e assentamentos (Zona Rural) de Campo Grande, para orientar a população sobre as medidas para a prevenção às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Tais iniciativas também são reforçadas na Atenção Primária, por meio das unidades básicas e de saúde da família, e nas escolas em período letivo.
Casos
Do dia 01 de janeiro a 14 de fevereiro deste ano, foram notificados 942 casos de dengue em Campo Grande. Até o momento, não houve a notificação de nenhum caso de zika e apenas 01 chikungunya. Em todo o ano passado a Capital registrou 17.033 notificações de dengue e seis óbitos provocados pela doença. Foram notificados, de janeiro a dezembro de 2023, 92 casos de zika e 176 de chikungunya.
A Capital fechou o segundo semestre do ano passado apresentando redução significativa nos casos de dengue, se comparado com o período anterior. O pico da doença foi registrado em abril, com mais de 3 mil casos notificados. A partir de junho, houve redução expressiva com estabilização nos meses seguintes.
O mais recente Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) realizado em janeiro detectou três bairros com risco de infestação do mosquito, outros 42 em situação de alerta e 28 a situação é considerada satisfatória. O levantamento completo está disponível para download no link: https://www.campogrande.ms.gov.br/sesau/sec-downloads/liraa-janeiro-2024/
Em Mato Grosso do Sul, quatro cidades aparecem com alta incidência dos casos prováveis da doença, segundo boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (Ses). Campo Grande é a cidade que apresenta o menor índice entre os 79 municípios de Mato Grosso do Sul. No país, municípios como Rio de Janeiro (RJ), por exemplo, já enfrentam números alarmantes da doença.