Regente da Orquestra de Câmara do Pantanal (OCAMP), José Maikson, 27 anos, participa desde quarta-feira (5), de uma imersão na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), no Rio de Janeiro. Maikson, que se prepara para se tornar maestro da OCAMP, onde já atua como violoncelista, vai fazer uma mentoria com o maestro da OSB, Ubiratã Rodrigues.
O jovem começou sua trajetória musical no Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, quando tinha 10 anos. Por dois anos, se dedicou ao piano. Mas, depois, escolheu o violoncelo, instrumento com o qual resolveu se profissionalizar. O músico só deixou o Moinho Cultural em 2016, quando foi estudar música em São Paulo.
“Em 2020, voltei para Corumbá e, em 2021, comecei a trabalhar no Moinho como professor. Mas sempre estive ligado ao Moinho, mesmo morando fora. Às vezes, quando vinha de férias, dava algumas aulas, fazia gravações. Os laços nunca foram quebrados”, relembra o músico.
Neste ano, José Maikson assumiu a regência da Orquestra Sinfônica Jovem do Moinho Cultural. Foram oito meses na função e, recente, recebeu o convite para ser o regente da OCAMP, também criada dentro da instituição. Agora, a oportunidade é de passar 15 dias aprendendo com o maestro de uma das maiores orquestras do país.
“A expectativa é a melhor possível. A OSB é uma das maiores orquestras do Brasil e sempre fomos parceiros. Nos últimos anos, o Moinho Cultural e a OSB têm estreitado os laços. Temos conseguido, por exemplo, trazer os músicos da OSB para dar aulas aos participantes do Moinho e capacitando nossos professores. No ano passado, fiz um curso online com o maestro Roberto Tibiriçá, também sobre regência, e agora tenho uma nova oportunidade”, afirma o regente da OCAMP.
Depois da imersão com o maestro da OSB, Maikson sai em turnê com a Nova Orquestra, que, assim como o Moinho Cultural e a Orquestra Sinfônica Brasileira, tem apoio do Instituto Cultural Vale. A turnê passa pelo Rio de Janeiro, Brasília (DF), Corumbá (MS) e São Luís (MA). Em seguida, José começa a se preparar para o Moinho In Concert, que acontecerá em dezembro, em Corumbá, e celebra os 18 anos do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano.
Mesmo com tantas novidades em pouco tempo, o músico conta que os sonhos não param por aí. “Minha família nunca teve condições boas. Minha mãe sempre foi empregada doméstica e meu pai sempre trabalhou em fazenda. O Moinho Cultural, logo que entrei, foi um divisor de água tanto na minha vida quanto na da minha família. Tive a oportunidade de tocar um instrumento, mas também aprender sobre cidadania, ser uma pessoa melhor para a sociedade. O plano, agora, é levar o nome do Moinho Cultural mais longe e também quero ajudar a transformar a vida das crianças e adolescentes atendidos pela instituição por meio da cultura”, garante.
A diretora executiva do Moinho Cultural, Márcia Rolon, relata que a parceria com Instituto Cultural Vale dá a oportunidade de realizar intercâmbios como este e permite que o trabalho da instituição seja aprimorado e que alcance mais crianças e adolescentes.
“O Moinho Cultural tem 18 anos de história e, neste período, mais de 23 mil crianças e adolescentes foram atendidos. Tudo isso é graças a parceiros que acreditam no nosso trabalho, como o Instituto Cultural Vale e a OSB. É graças a esta união de esforços que temos histórias como a do José Maikson, que muito nos orgulha e incentiva a continuar”, afirma Márcia.