O Protocolo de Boas Práticas Pecuárias no Pantanal: restauração de campo nativo, lançado nesta quinta-feira (15), no Sindicato Rural de Poconé (MT), e reuniu os principais produtores da região, estes que participaram ativamente de todo o processo de pesquisa de campo para que o documento pudesse ser elaborado. O encontro sela uma das etapas de construção desse material que ainda passará por novos desdobramentos durante a sua implementação. O Protocolo é uma iniciativa da Wetlands International Brasil, financiado pela DOB Ecology, em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU), o Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP) em conjunto com os pecuaristas do bioma pantaneiro.
De autoria dos pesquisadores Cátia Nunes da Cunha, Alexandre Ebert e Simone Francieli Guarnieri, a publicação funciona como um guia e alia o desenvolvimento econômico com a conservação do Bioma. No documento é possível conferir as pesquisas realizadas em campo que destacam as melhores práticas de manejo para orientar a “limpeza dos campos” e sua restauração. Esses estudos contribuem para a manutenção dos campos nativos, dos recursos hídricos, além dos serviços ecológicos fundamentais para a conservação dessas áreas úmidas junto às práticas tradicionais da comunidade local.
No Pantanal, 94% dessas áreas são de propriedade privada, sendo a maioria destinada à pecuária de corte. “Hoje, com as mudanças climáticas, precisamos ter processos e estratégias de adaptação. senão a situação será muito mais danosa do que qualquer atividade proposta via conhecimento científico para o manejo sustentável”, pontua a pesquisadora Cátia Nunes da Cunha.
A diretora-executiva da WetlandsInternationalBrazil, Rafaela Nicola, ressalta a importância do Protocolo para nortear as políticas e os procedimentos adotados nesses campos. “Esse material amplia o diálogo entre pesquisadores, pecuaristas e as organizações, e dinamiza a busca por soluções. É a oportunidade dos proprietários se familiarizarem com as pesquisas e participarem ativamente da execução dos protocolos propostos”, frisa.
Para o pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Poconé, Raul Santos Costa, o documento é um guia que contribui para o melhor funcionamento das atividades adotadas nessas propriedades. “Fiquei surpreso com a adesão inicial dos pecuaristas, isso mostra a necessidade de estarem mais próximos das pesquisas e fazer mais trocas de conhecimento. Proximidade interessante e que surte efeito”, garante.
Protocolo está disponível para download –