Genitores e tutores de pessoas com deficiência permanente e necessidades especiais procuraram os secretários estadual e municipal de Saúde, após resolução restringir o grupo de vacinação contra a Covid-19 apenas para quem está inscrito no BPC (Benefício de Prestação Continuada). O problema é que para receber o benefício, é preciso estar no grupo de pessoas vulneráveis, com renda igual ou inferior a ¼ do salário mínimo por cabeça na casa, o que representa a minoria no Estado, de acordo com a presidente da Associação PRO D TEA (Pais e Responsáveis Organizados pelos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista e outras deficiências).
“Vamos supor que o marido e a mulher trabalhem e tenham um filho com deficiência dentro de casa com custo de vida muito maior, só o salário dos dois pro BPC já os retira desse quadro de obterem o direito. Às vezes as pessoas não têm casa própria, não têm condução, às vezes são autônomos e estão excluídos porque o valor per capita excede R$40,00 da cota para aprovação do benefício Assistencial pago pelo INSS”, explica Carolina Spinola Alves Correa.
“Incluíram os genitores e tutores, mas com BPC e esse número é muito pequeno, criaram uma prioridade para famílias que necessitam estar no grupo de prioridade”, continua.
Outra questão levantada pela presidente da associação PRO D TEA é sobre as características atuais que envolvem atualmente os pais ou cuidadores de pessoas com deficiência ou necessidades especiais. Segundo ela, em sua grande maioria não se enquadram na faixa etária dos 50 aos 60 anos e estão na idade com maior taxa de contágio para a doença.
“Estão na faixa dos 30 aos 45 anos, que são os que mais estão com contágio nas estatísticas. E são esses pais que estão nessa faixa etária e expostos, porque os autistas por lei federal não precisam usar máscaras toda hora e eles tem questões sensoriais , por exemplo, em que tudo que pegam colocam na boca, não lavam as mãos e muitos recusam o álcool”, destaca
“Nessas condições, os pais estão aterrorizados, ou seja foi feita a liberação da vacina para esse grupo, mas está restrita e estão colocando empecilhos para quem mais necessita dela”, finaliza.
Enquanto isso, os pais e tutores aguardam uma resposta das autoridades para a retirada dessa exigência para que todos tomem a vacina. Resolução do Governo do Estado prevê vacinação em segunda etapa para as pessoas sem o BPC, mas ainda não entrou em vigor.
A PRO D TEA orienta que independente de tudo isso, as famílias devem fazer cadastro para vacinação, independente de receberem ou não o BPC, porque agiliza, facilita o pedido e justifica a retirada da exigência também. Para Campo Grande, este é o link para o cadastro prévio de vacinação.
Em municípios como Corumbá, Ladário e Ivinhema todo esse grupo já foi imunizado contra a Covid-19.