Durante o segundo semestre de 2023, a Orquestra Sinfônica Brasileira recebe três jovens músicos oriundos do Programa Vale Música, projeto autoral do Instituto Cultural Vale, e escolhidos num processo seletivo entre 27 candidatos, para uma residência artística de longa duração. Ao longo do período, o tubista Paulo Sérgio Fonseca, de 30 anos; o trompista Ezequiel da Rocha, de 24 anos; e o violinista Gabriel Ramos Pereira de Souza, de 20 anos, terão a oportunidade de suas vidas. Eles vão conviver, fazer aulas, participar dos ensaios e tocar com uma das maiores orquestras do país.
Os três músicos foram selecionados após um rigoroso processo seletivo, que durou cerca de três meses e que incluiu diversas fases: inscrição, seleção, vídeos e seleção presencial. Puderam se candidatar instrumentistas participantes de orquestras dos polos atendidos pelo Conexões Musicais – projeto de democratização do acesso à música de concerto, realizado pela Fundação OSB desde 2017 e que já promoveu atividades educacionais e culturais em cerca de 30 municípios brasileiros.
As residências de longa duração começaram em 2022 e a Orquestra pretende repetir anualmente a ação, gerando oportunidades para jovens instrumentistas.
“É um misto de privilégio e responsabilidade para a OSB receber músicos de extremo talento. A Residência Vale Música já se consolidou como programa educacional capaz de proporcionar desenvolvimento musical, social e humano a cada participante. Entre aulas, workshops, ensaios e concertos, criamos um verdadeiro ecossistema de aprendizado e muita troca, propiciando o amadurecimento necessário para que cada músico alcance seu sonho de maneira sustentável”, comenta Elber Ramos, Coordenador Educacional da OSB.
Jovens se preparam para viver uma oportunidade única em suas carreiras
Paulo Sérgio e Ezequiel são oriundos do Programa Vale Música Belém, no Pará. Já Gabriel vem do Instituto Moinho Cultural, localizado em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Eles se preparam para viver uma grande oportunidade.
Paulo Sérgio Fonseca optou pela tuba aos 14 anos. Ao longo de sua carreira, pensou em desistir algumas vezes, principalmente pela dificuldade de encontrar ensino adequado em Belém, pois a tuba é um instrumento raro, com poucas vagas em orquestras, e não tão popular quanto os demais. O artista, que também é educador e que há 3 anos atua num centro de ensino de música para pessoas com deficiência, pensava em abandonar o sonho de viver de música quando surgiu a oportunidade da residência.
“Espero absorver o máximo de conhecimentos nesse novo ambiente profissional e será uma experiência única, tanto pessoal quanto para a minha carreira”, revela o jovem, que possui Licenciatura em Música e atualmente finaliza uma pós-graduação em Musicoterapia.
Quem também está ansioso é Ezequiel da Rocha, que conheceu a trompa ainda criança. O musicista, que também estudou no Instituto Baccarelli, em São Paulo, conta que já sofreu preconceito dos amigos e familiares quando dizia que queria ser músico.
“Em Belém, nós não temos tanto acesso a professores, cursos, orquestras, então, parece realmente uma loucura quando você diz que pretende viver de música. A residência vai ser uma experiência única”, diz o jovem, que também estuda Fisioterapia.
Já o violinista Gabriel Ramos Pereira de Souza, nascido em Ribas do Rio Pardo, MS, começou sua carreira aos 5 anos. Nascido em família de artistas, ele sempre teve contato com a arte e toca violino desde muito pequeno. Aos 17 anos, quando decidiu morar em Corumbá para fazer um curso técnico em TI, conheceu o Instituto Moinho Cultural e sua vida mudou.
“Lá eu cresci muito musicalmente. Terminei o curso de TI, mas foi na música que me encontrei. Eu pensava que a música seria um hobby na minha vida, mas hoje, vejo como o meu futuro profissional”, conclui.
A residência de longa duração seguirá até o fim do ano, quando os alunos se apresentarão em um grande concerto de encerramento, ao lado da Orquestra, previsto para acontecer em dezembro.