O advogado Tarcísio Vieira de Carvalho usou uma fala do ministro da Defesa do governo Lula (PT), José Múcio, para isentar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da acusação de que ele teria liderado os atos golpistas que culminaram na depredação das sedes dos Poderes em 8 de janeiro.
Carvalho apresentou na manhã de hoje no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a defesa de Bolsonaro na ação que pode tornar o ex-presidente inelegível pelos próximos oito anos por abuso de poder político em reunião com embaixadores em 2022, quando o então presidente atacou, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro.
Atos golpistas “não tiveram líderes”. Para justificar esse argumento, Tarcísio citou Múcio, que na última segunda-feira (18) afirmou que não houve um “grande líder” nos atos de invasão aos prédios do Planalto, do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal) em 8 de janeiro. Há três dias, o atual ministro, um homem lúcido e esclarecido, já disse.
Esse evento não teve uma liderança identificada. Introjeta-se a fórceps nas vísceras deste processo original que cuidava de um assunto diverso, um corpo estranho, doloroso, fatos que poderiam ensejar novas investigações no tempo processual adequado e não na via eleita. A fala de Múcio não representa a tônica do governo, que tem apontado Bolsonaro como mentor do golpismo.
O ministro da Defesa, porém, admitiu que alguns integrantes das Forças Armadas adotaram atitude “pró-golpe”, o que não representava as instituições, mas, sim, “vontades individuais” desses militares. Ainda no TSE, a defesa de Bolsonaro também rechaçou a conexão da reunião com embaixadores aos eventos de cunho golpistas ocorridos posteriormente àquele evento, a exemplo do 8/1.
Tarcísio alegou que o ex-presidente, além de não “estimular insurgências”, tampouco “liderá-las”, manteve-se em silêncio nas redes sociais “para digerir o insucesso eleitoral”, e no dia da invasão à Praça dos Três Poderes estava fora do país, nos Estados Unidos.
Como foi o.. dia do julgamento A sessão teve início com a leitura do relatório pelo ministro Benedito Gonçalves. O relator resumiu o caso e lembrou as acusações feitas contra Jair Bolsonaro, as provas apresentadas e os depoimentos colhidos ao longo do processo.
Em seguida, os advogados do PDT e de Bolsonaro fizeram suas sustentações orais. O primeiro a falar foi Walber Agra, que representa o partido de Ciro Gomes. Depois, Tarcísio Vieira de Carvalho se pronunciou em defesa do ex-presidente. O vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gustavo Gonet Branco falou em seguida.
Ele defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro, acusou o ex-presidente de “manobra eleitoreira com caráter de abuso de poder polí. er político em reunião com embaixadores em 2022, quando o então presidente atacou, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro.
Fonte: Uol.