“Não existe bala de prata” foi a expressão utilizada por um dos maiores especialistas em saúde suplementar do Brasil, Heraldo Jesus Marques da Silva, durante o primeiro Fórum Cassems, realizado nesta terça-feira (18), para explicar que não existe solução simples e acessível para um problema difícil. Nesta ordem de pensamentos, ter uma “bala de prata” para resolver a inflação médica, judicialização da saúde, envelhecimento populacional, dentre outros desafios da saúde suplementar seria quase que um passe de mágica que resolveria um problema maior em um piscar de olhos.
Heraldo Jesus Marques da Silva é médico e possui ampla experiência em operadoras de saúde, incluindo Hapvida, Amil e Medial.
Com o tema “Caminhos para eficiência, qualidade e redução de custos”, Heraldo discorreu de maneira bem didática sobre a evolução da saúde suplementar no Brasil, focando no desafio do negócio e na oportunidade de trabalhar com o modelo de verticalização.
Se para o especialista a verticalização é uma das saídas para os desafios enfrentados pela saúde suplementar de maior equilíbrio entre qualidade, custo e satisfação dos nossos clientes para os beneficiários da Caixa dos Servidores que acompanharam o evento online, a verticalização é um dos maiores temores.
“A verticalização pode atrair ou afugentar bons profissionais?”, perguntou o participante André Messias. O questionamento foi complementado pela pergunta: “Um dos problemas da verticalização é o monopólio, assim o beneficiário não teria como escolher o melhor preço, ficando amarrado ao preço imposto. Quem decidirá sobre os valores”, feita por outro inscrito que preferiu não se identificar.
Em resposta a esses questionamentos, o especialista afirma que a verticalização proporciona um cuidado mais coordenado, eficiente, padronizado e de maior qualidade ao paciente, além de reduzir custos operacionais, fraudes e desperdícios. Ele admite ainda que o modelo verticalizado possui outros desafios como: percepção de rede de atendimento restrita, alto investimento e conflito qualidade x custo, mas que ainda assim é o melhor modelo a ser seguido.
“Se a gente não tiver uma sinergia um alinhamento entre empresa e beneficiários, tornando o cliente o centro da atenção, a gente não consegue ter resultados positivos. Não existe em saúde bala de prata. Existe uma solução conjunta. Por isso, iniciativas como esse Fórum são tão importantes, porque abordamos de uma forma de fácil entendimento como tratar esses desafios”, destacou o especialista.
Dentre os desafios enfrentados pelo setor no Brasil está o envelhecimento populacional. “Como vamos tratar isso? 14% da população hoje tem mais de 60 anos, com isso, aumenta a prevalência de doenças”. Vai ter inclusão de novas tecnologias, novas terapêuticas, como que financia isso aí? É discutindo, é compartilhando com os clientes, com a comunidade. E aí, é possível chegar no melhor caminho”, pontuou.
O Fórum da Saúde foi uma ótima experiência na opinião do presidente da Caixa dos Servidores, Ricardo Ayache.
“Tivemos uma participação importante dos servidores públicos e a oportunidade de compartilhar temas técnicos que nós convivemos diariamente na gestão do plano. Nosso objetivo sempre é levar qualidade assistencial, manter o custo equilibrado para que isso tenha o menor impacto no bolso do servidor, do dono do plano. É um desafio enorme, diário, mas que pudemos aproveitar a experiência do Heraldo que mostrou como gestor de grandes planos de saúde as soluções possíveis e também mostrou o quanto nós Cassems temos avançado no sentido de oferecer sempre o melhor para o nosso beneficiário. Então, um momento muito importante que eu tenho certeza que teremos aí outros fóruns para debates de temas fundamentais para gestão do nosso plano”.
O Fórum Cassems terá eventos mensais para debater com os beneficiários as questões de atendimento à saúde, gestão e sustentabilidade do plano. Os participantes poderão fazer perguntas e apresentar propostas pertinentes aos temas tratados em cada edição do fórum.