O deputado estadual Coronel David (PL) e coordenador da Frente Parlamentar Invasão Zero, deu posse aos membros da mesa diretora dos trabalhos que vão mediar a conciliação de conflitos de terra em Mato Grosso do Sul, durante cerimônia realizada na manhã desta quarta-feira (29), na Assembleia Legislativa. Ao longo dos anos, Mato Grosso do Sul, um dos principais estados produtores do país, acumula 145 processos envolvendo invasões de propriedades rurais, conforme dados da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). Neste sentido, o Parlamento aprofunda a discussão acerca da problemática que afeta negativamente a economia do Estado, com intuito de levar a paz no campo e segurança jurídica aos proprietários rurais.
“A força do agronegócio representa grande parte da economia que é gerada no Mato Grosso do Sul e julgo necessário neste momento, que a Assembleia Legislativa juntamente com os setores produtivos e comunidades envolvidas nesta questão, possa buscar esta paz e tranquilidade [no campo] tão esperada e almejada por todos”, disse o coordenador da Frente Parlamentar.
O produtor rural, Dácio Queiroz, testemunhou uma progressão de invasão em sua propriedade ao longo de 25 anos, sendo que a primeira ocorreu em 1998 e a última invasão em setembro deste ano. “Todo Cone Sul e Sudoeste do Estado está minado por interesses de invasões e retomada de propriedades. Eles chamam de retomada. Agora, você não pode retomar o que não é seu; você vai tomar na marra”, afirma.
Para o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, a iniciativa do deputado Coronel David é importante para identificar um caminho para resolução dos conflitos no campo em andamento no estado que tanto prejudicam a economia do país. “Para nós não é de interesse termos invasões e a produção interrompida por invasão de terra. Isso causa danos tanto para quem está invadindo como para o produtor”.
A última invasão registrada no Estado, de acordo com Bertoni, foi em uma propriedade localizada em Rio Brilhante, o que no caso atrapalhou a plantação de milho, interrompendo por completo as atividades na fazenda. “Para este produtor, que já estava com os insumos no galpão, gerou um custo que deverá ser pago por ele e que não pode dar sequência no plantio. Isso gera um grande prejuízo”.
A secretária-adjunta da Setescc (Secretaria de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), Viviane Luiza da Silva, avalia que este é um momento único no Estado para unificação do diálogo nessa questão de invasões de terra. “O objetivo de todos é a pacificação no campo, essa é a lei máxima do governador Eduardo Riedel e a gente percebe essa aproximação com o mesmo intuito da União. Nós temos um diálogo muito bom com o Ministério dos Povos Indígenas que também está com o gabinete de crise. O Estado tem dialogado com todos, realmente buscando atender os anseios desta população que está no campo”, afirma.
Membros
Ficaram definidos como membros da Frente Parlamentar Invasão Zero os deputados estaduais: Coronel David (coordenador), Renato Câmara (MDB), Zé Teixeira (PSDB), Antônio Vaz (Republicanos), Márcio Fernandes (MDB), Professor Rinaldo Modesto (PSDB), Neno Razuk (PL), Roberto Hashioka (União), João César Mattogrosso (PSDB), Júnior Mochi (MDB), Mara Caseiro (PSDB) e Paulo Corrêa (PSDB).
Representando as entidades governamentais e do setor produtivo, assinaram o termo de posse de compromisso o presidente e o vice-presidente da Acrissul (Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme de Barros Costa Bumlai e Dácio Queiroz Silva; o secretário executivo da Sejusp e superintendente de segurança pública (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), coronel Vagner Ferreira da Silva e delegado Tiago Macedo; o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni e Giovana Dias Zampieri de Omena, o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores de Novilho Precoce, Rafael Nunes Gratão; a secretária-adjunta da Setescc, Viviane Luiza da Silva; e o procurador-geral adjunto de Justiça, Romão Avila Milhan Junior.