Manter o equilíbrio entre a saúde mental e a física é fundamental para nos ajudar a lidar com as exigências da vida moderna, o estresse e o cansaço. É também esse equilíbrio capaz de proporcionar bem-estar às pessoas. Quando o autocuidado é negligenciado, a saúde fica comprometida e há casos que levam ao agravamento da saúde mental, que podem evoluir, inclusive para pensamentos suicidas.
Um levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) registou 855 tentativas de suicídio na capital somente no primeiro semestre deste ano (2023). No mesmo período, foram registrados 55 óbitos e o maior número de notificações é entre o público feminino, aproximadamente 70% dos casos.
Para a Dra. Graziela Michelan, psiquiatra da Unimed Campo Grande, os números que envolvem mulheres não surpreendem. “Infelizmente, não é uma surpresa mulheres representarem o maior índice, pois isso ocorre em todo o mundo, não só aqui na nossa cidade. As mulheres têm como fatores de propensão, a genética e as flutuações hormonais, além de outros fatores, como o estresse, o pós-parto e por serem mais portadoras de outras doenças, como as relacionadas à tireoide, além da sobrecarga de funções: trabalho, casa, relacionamento, estudo, cobranças de uma mulher poderosa e perfeita, o que na verdade, não existe. Por isso é muito importante reconhecermos onde estão nossos limites e nossas falhas”.
De forma geral, os números chamam a atenção e alertam mais uma vez sobre a importância de praticar o autocuidado com a saúde mental. “Com a correria do dia a dia fica cada vez mais difícil encontrarmos um tempo para praticar o autocuidado, no entanto, é fundamental se priorizar, se colocar em primeiro lugar e reservar um momento para cuidar da nossa saúde mental, e a psicoterapia tem uma ação providente neste autoconhecimento e garantia da saúde mental”, destaca a psiquiatra.
A médica lista algumas atitudes simples, mas fundamentais para ajudar a cuidar da saúde mental:
-Pratique atividade física. Exercitar o corpo contribui não somente com o corpo físico, mas ajuda a melhorar a circulação cerebral, contribuindo com a parte cognitiva, melhora a síntese e degradação de neurotransmissores e o funcionamento do nosso “segundo cérebro”: o intestino, onde é produzido grande quantidade de serotonina, um dos neurotransmissores da felicidade.
-Tome mais água e tenha uma alimentação equilibrada.
-Priorize momentos de lazer e atividades relaxantes.
-Cultive bons relacionamentos sociais e afetivos.
-Estabeleça metas e objetivos conscientes e alcançáveis.
Um fator fundamental é não negligenciar os sinais, como o isolamento social, pensamentos e conversas relacionadas à morte, mudanças bruscas de humor, aumento do consumo de álcool e outras drogas, além de transtornos mentais.
“Buscar ajuda profissional é fundamental para ajudar a lidar com os transtornos da mente. Hoje há possibilidade de terapias on-line, que tem mostrado bons resultados, boa eficácia quando feita com um profissional habilitado. E outra forma de externar o que você sente, porque muitas vezes é difícil falar, é escrevendo, especialmente para pessoas com doenças crônicas, escrever traz ótimos benefícios”, pontua a Dra. Graziela.
A médica finaliza lembrando que podemos ajudar pessoas à nossa volta. “Incentive a pessoa que está com esses pensamentos ou sinais a procurar ajuda médica, mantenha o contato com essa pessoa, assegure-se de ela não terá meios ou ferramentas para realizar a tentativa de suicídio e se concluir que ela está em risco imediato, não a deixe sozinha, mas acione um serviço móvel de emergência”.
Acolhimento e informação – Com a hashtag #QuerConversar? A Unimed Campo Grande tem promovido durante todo o mês de setembro, através dos canais de comunicação, espaços de fala e escuta para incentivar o autocuidado com a saúde mental.
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