Com a intenção de fortalecer os negócios locais e atender as demandas da indústria, o IEL retomou, nesta terça (08/08) e quarta-feira (09/08), em Inocência e Paranaíba, o Programa de Qualificação de Fornecedores. Nesta etapa, desenvolvida em parceria com Arauco para seus fornecedores da operação florestal, a iniciativa busca atender municípios da região leste de Mato Grosso do Sul.
De acordo com o superintendente do IEL, José Fernando Amaral, o programa tem a capacidade de mudar o perfil das empresas locais e, ao longo de 15 anos, já contribuiu com o desenvolvimento de inúmeros negócios, que foram habilitados para atender as demandas do setor florestal e industrial.
“A empresa fica preparada em todos os requisitos de qualidade para atender à âncora, neste caso, a Arauco. Mas, os fornecedores ficam aptos a ampliar os negócios de várias formas”, explicou. Segundo ele, a consultoria ainda funciona como uma forma de fortalecer os participantes em relação a concorrentes de fora, que buscam por cidades em pleno desenvolvimento.
A instalação da fábrica de celulose da Arauco prevê investimentos de US$ 3 bilhões (atualmente, algo em torno de R$ 14,4 bilhões) em Inocência e região, com a obra prevista para começar em 2025. O empreendimento deve contar com 12 mil trabalhadores no pico da construção, com término previsto para o primeiro trimestre de 2028. Quando entrar em operação, a fábrica da Arauco deve gerar 2.350 empregos permanentes, dos quais 550 na planta industrial, entre diretos e indiretos, e mais 1.800 na área florestal.
Para o diretor de desenvolvimento e novos negócios da Arauco, Mario Neto, a intenção é justamente impulsionar o desenvolvimento de uma cadeia fornecedora florestal qualificada, responsável e comprometida com valores sólidos e visão de longo prazo, em Inocência e região.
“Em um mercado dinâmico como o florestal, o fornecedor desempenha um papel muito importante. Assim, quanto maior o preparo técnico e a qualificação da cadeia produtiva para atender às demandas atuais, mais alinhadas tornam-se as operações da empresa e de seus parceiros, o que faz com que ambas as partes ganham em termos de crescimento e competitividade”, ressaltou o executivo.
A parceria deve atender também os municípios de Três Lagoas, Aparecida do Taboado e Água Clara, impulsionando assim o desenvolvimento sustentável na região.
Do diagnóstico à implantação
O programa inicia com o processo de identificação de grandes indústrias e suas respectivas necessidades em termos de fornecedores e seus padrões de qualidade nos produtos e serviços.
As empresas interessadas no programa, e que se enquadrem nos segmentos indicados, serão sensibilizadas e cadastradas junto ao IEL. Após a adesão, serão aplicados diagnósticos nas empresas com o objetivo de identificar a situação de formalização, estrutura e nível de gestão do negócio.
Consultor do programa desde 2013, Luiz Carlos Seixas Filho explica que a qualificação ocorre em dois níveis: básico e avançado. O nível básico busca organizar a parte financeira, de marketing, de administração e recursos humanos da empresa. Já a avançada é baseada na ISO 9.001 que, em termos gerais, transforma a empresa em uma organização.
São feitas palestras iniciais com os fornecedores, seminários e depois a etapa de consultoria para implantação de cada item apresentado. “A importância da fase avançada é que a empresa terá um nível de certificação que é internacional”, explicou.
Funcionária do laboratório de análises clínicas Palma Melo, em Paranaíba, Pamela Martins Lopes acredita que a qualificação é uma oportunidade de crescer junto com a cidade. “Estamos crescendo e as indústrias e fábricas têm buscado muito os laboratórios para fazer exames admissionais, demissionais e inclusive na área laboratorial. Então, acredito que vai melhorar tanto no atendimento como nas análises”, acredita.
Do mesmo ramo, à frente do Labpar, Emerson Chaves Antunes acredita que a iniciativa traz melhorias para o negócio. “Buscamos sempre estar qualificando o laboratório. Sempre buscando novas certificações. No caso do IEL, é muito interessante, porque traz junto a parte empresarial. Temos hoje uma certificação, mas a certificação do IEL é o que almejam as empresas e isso me despertou para esta qualificação”, explicou.