Quem em um primeiro momento conversa com Luciano Queiroz da Costa, não imagina que por trás da voz serena, do olhar tranquilo e da boa conversa, há uma grande batalha vencida. O combate foi travado durante 115 dias, quase 1/3 do seu ano somente de internação no Hospital Unimed Campo Grande.
“Já tive algumas internações, tenho algumas comorbidades, mas a mais marcante foi por Covid-19, na qual ao todo foram 115 dias internado. Foram 85 dias na primeira internação, voltei para casa e depois precisei retornar ao hospital, ficando mais 30 dias. Nesse período fiquei 20 dias entubado, em coma induzido, depois disso fiquei muito debilitado, sem locomoção, sob cuidados médicos totais”, explica.
O grande período de internação não foi fácil para o paciente, que relembra dois momentos difíceis: a saudade da família e uma escara no cóccix. “Fui me recuperando aos poucos. Fiquei um tempo no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e depois passei para enfermaria. Nesse meio tempo tive uma escara no cóccix, que era uma ferida muito grande, ainda tive que fazer uma colostomia. Já estava fraco. Foi uma batalha grande, não vou mentir”.
Para que pudesse passar por esses dias, certas situações, do profissionalismo à humanização, foram cruciais para Luciano. A respeito do desempenho da equipe ele mencionou a dedicação dos profissionais em mantê-lo sempre ciente e atualizado de seu quadro clínico.
“O profissionalismo da equipe e a humanização sempre foram pontos fortes, todos eram muito compreensivos e me explicavam desde o procedimento que seria feito, até o resultado”.
Já sobre a humanização do cuidado, Luciano, muito emocionado, relembra uma circunstância que viveu. “Teve um dia que estava na enfermaria e queria sentar na poltrona, mas estava sem locomoção, então me ajudaram a sentar onde eu queria. Momentos depois deu um mal estar muito grande e chamei uma técnica de enfermagem para ajudar. Em menos de um minuto tinham oito pessoas ao meu redor para me colocar de volta para o leito, eles falavam para eu não fazer esforço porque não tinha forças”.
Vencida a batalha, o (ex) paciente afirma que olhar para o hospital é rever sua história. “Passa um filme de tudo na cabeça, e ver esse filme é gratificante porque venci uma guerra. Toda equipe que me cuidou foi muito boa, a instituição no todo, porque depois que saí do hospital ainda fiquei em tratamento, vinha fazer curativos. Pessoas que nem me atenderam sabiam quem eu era, pois foi toda uma situação marcante. Graças a Deus conseguimos vencer, com a ajuda dos profissionais, da minha família, e eu também pude ter a oportunidade de, hoje, compartilhar a minha história”, finaliza.