Primeira edição do conservação do Pantanal em Campo Grande conectou pecuaristas, comunidades ribeirinhas e indígenas, pesquisadores e empresários para compartilhar experiências e caminhos para conservação para o bioma
Após a realização do maior evento para a conservação do Pantanal em Campo Grande (MS), o Pontes Pantaneiras anuncia a segunda edição do Fórum para 2025. Até lá, representantes das instituições que realizaram o evento esperam fortalecer as pontes construídas com o poder público, academia, terceiro setor e iniciativa privada. A ideia é apresentar os avanços conquistados durante os dois anos.
O primeiro evento realizado entre os dias 16 e 18 de agosto em Campo Grande reuniu cerca de 600 participantes, 100 palestrantes e painelistas nos mais de 15 espaços de intercâmbio de ideias e reflexões sobre desenvolvimento econômico e sustentável das atividades exercidas e mecanismos para assegurar a biodiversidade do Pantanal.
Foi uma oportunidade única para o público, que pôde ouvir as histórias e conhecer de perto as iniciativas em prol da valorização da cultura, tradição, gastronomia e arte de comunidades ribeirinhas, povos indígenas, pecuaristas e pescadores.
Nas próximas semanas, será produzido um relatório consolidando todas as iniciativas e ideias discutidas nos espaços de debate e troca de experiências.
Para Cristina Tófoli, coordenadora do Pontes Pantaneiras, “a primeira edição foi muito produtiva e um verdadeiro espaço de diálogo e de trocas construtivas pela manutenção da cultura, conservação da natureza e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Para os próximos dois anos, desejo que as pontes pantaneiras estejam mais fortalecidas para aplicarmos soluções em prol do bioma”.
Walfrido Tomas, pesquisador da Embrapa Pantanal declara ter “certeza de que todas as pessoas saíram daqui com visões diferentes e bastante amplas sobre os assuntos que envolvem o Pantanal. E o mais importante é que elas entenderam a importância do ouvir, conversar e negociar é o ponto principal. O que a gente gerou aqui, é riquíssimo, em relação a interação de pessoas. É algo inédito a junção entre a arte, educação, desafios do meio ambiente e a sustentabilidade.”
Rafael Chiaravalloti, professor da Universidade de Londres, reitera que a primeira edição “foi um grande sucesso e permitiu que organizações e pessoas se falem e discutam uma agenda em comum para o Pantanal. Minha grande esperança é que daqui a dois anos a gente possa discutir uma nova agenda comum e compartilhar os resultados alcançados a partir de agora”.
Para Ronaldo Morato, do CENAP/ICMBio. “o evento ocorreu em momento propício para a consolidação de pontes e debates de ideias. Certamente o que ocorreu aqui chegará na mesa de discussão da assembleia legislativa do estado do Mato Grosso do Sul e vai contribuir para o melhor debate sobre a Lei do Pantanal. Todos os atores que vivem no Pantanal trouxeram suas experiências, suas vivências e elas confluem para a sustentabilidade deste lugar fantástico”.
“O Fórum Ponte Pantaneiras deste ano foi um excelente exemplo de otimismo na conservação que se concentrou em soluções e oportunidades, em vez de ficar preso à reiteração de problemas e desafios”, observou Peter Leimgruber, Diretor de Conservação e Ciência no Smithsonian Conservation Biology Institute. Leimgruber acredita que “o Pantanal pode servir como um modelo de como o uso sustentável da terra pode caminhar lado a lado com a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos para preservar o bioma como um tesouro nacional e natural do Brasil.”
David Tecklin, Diretor da Pew Charitable Trusts para América do Sul, espera “que a gente coloque todos os atores juntos não apenas para mostrar os progressos mas para estabelecer acordos sobre como eles vão trabalhar, cruzando diferentes setores como pecuaristas, gestores de áreas protegidas, comunidades ribeirinhas etc. Eu adoraria ver um diálogo com esses diferentes setores sobre como eles vão trabalhar rumo a uma visão ampla de conservação”.
Sobre as Pontes Pantaneiras
O programa Pontes Pantaneiras é fruto de articulações iniciadas em 2018 durante o workshop “Desenvolvimento de uma Rede de Conservação do Pantanal”, realizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande, e organizado pela instituição em parceria com a Embrapa Pantanal, o Smithsonian Institution, o ICMBio/CENAP e a SOS Pantanal. Na ocasião, os participantes – proprietários rurais, cientistas e ambientalistas – identificaram a necessidade de melhorar as articulações e os diálogos multissetoriais e amplamente participativos na busca da sustentabilidade. Assim, a iniciativa vem consolidar os objetivos estabelecidos em 2018.
Realização: IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas; Embrapa Pantanal; University College of London (UCL); Smithsonian Institution; ICMBio/CENAP e Ágora.
Comitê Consultivo: Fazenda Barranco Alto-Pantanal; Instituto Paulo Machado; Instituto Taquari Vivo; Acaia Pantanal; Renascer Artesanato Pantaneiro; INAU – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas; Caiman; Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira; Aliança 5P; Pew Charitable Trusts; SOS Pantanal; Documenta Pantanal, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, WWF Brasil, INPP – Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal; Instituto Maniva; Ecoa; Instituto Homem Pantaneiro.
Patrocinadores: Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil; Acaia Pantanal; Documenta Pantanal; Caiman; Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul; Biofílica/Ambipar;
Apoio: Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, Fazenda Barranco Alto-Pantanal; Smithsonian Institution, The Pew Charitable Trusts; Instituto Moinho Cultural Sul-Americano; Rede Accor; Sebrae/MS; Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica (SEGOV).
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