Família de Khevin Lucas, menino de 13 anos, que morreu na noite de ontem (30), após ser liberado de unidade de saúde com dores no peito e testículos ainda está incrédula e confusa com a morte precoce do adolescente. Além disso, a família alega negligência médica por parte da Saúde de Campo Grande.
Uma familiar, que preferiu não ser identificada, explicou ao Capivara News, como foi os momentos que antecederam a morte do rapazinho. “Ele há alguns dias já estava sentindo dores na perna e a mãe dele aguardando o SUS (Sistema Único de Saúde) agendar uma ultrassom. Quando foi ontem, ele começou a sentir dores muito fortes que subiram para os testículos e peito”, explica.
A familiar conta que a mãe então levou o menino à UBS (Unidade Básica de Saúde) do Portal Caiobá. Lá o médico passou medicação Cefalexina e Dipirona para dores musculares e liberou o paciente.
No final da tarde, por volta das 18 horas, a mãe percebeu que o garoto estava muito quieto e questionado, ele disse que estava com muita dor nos testículos e peito ainda. Ela queria então levá-lo de moto à uma unidade de saúde, ele disse que não aguentava, então ela chamou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel), que informou estar sem ambulância.
A mãe conseguiu uma condução e levou o rapaz para a UPA Leblon. Lá a equipe entrou com a medicação, mas a dor só aumentava e ele já tinha passado o dia todo só urinando.
“O batimento dele começou a cair muito e tiveram que entubar. Ele foi encaminhado em vaga zero para o Hospital Regional onde os batimentos caíram mais ainda, a saturação também caiu, e logo veio à notícia da morte. Ficamos todos em choque”, disse a familiar.
A família aponta negligência médica e pediu uma necropsia detalhada do corpo para saber a real causa da morte. Questionados, os médicos disseram que a provável causa pode ser uma embolia pulmonar ou trombose, embora que a última hipótese em jovens seja rara.
O corpo foi liberado por volta de 16 horas. O velório e sepultamento de Khevin ocorre a partir deste sábado (1) na Moreninhas II.
A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, lamentou a morte e disse que foi aberta sindicância para apurar esse e outros dois casos: de um adolescente de 14 anos que morreu no mesmo dia de Khevin e de um bebê de um mês que faleceu no sábado (25), na UPA Coronel Antonino, após tomar medicação intravenosa .
Também destacou que o CRM (Conselho Regional de Medicina) de Mato Grosso do Sul acompanha as investigações.