As agências de viagens e turismo de todo o território nacional solicitam maior proteção dos direitos dos agentes de viagem e dos consumidores face aos inúmeros transtornos causados pelas companhias aéreas.
O setor, formado por cerca de 2,4 mil agências, responsáveis por 80% do movimento nacional, queixa-se do cartel formado por três companhias aéreas, que dominam o setor de aviação comercial. A consequência, segundo os agentes de turismo, são os preços abusivos, a total falta de responsabilidade e, consequentemente, os prejuízos para o turismo.
Segundo o IBGE, nos últimos 12 meses o preço dessas passagens acumulou alta de 56,8%, atrás apenas de quatro itens, três deles do grupo de alimentos, além do etanol. Essa inflação generalizada impacta diretamente o segmento das agências de viagem, responsável pela emissão de cerca de 80% de bilhetes aéreos no setor de aviação comercial.
Outra razão para o caos global do setor são os milhares de voos cancelados sem aviso prévio em pleno período de férias e festas. Ao todo são 133 mil clientes lesados em todo o território nacional. Somente a companhia aérea ITA, do grupo Itapemirim, suspendeu voos de mais de 45 mil passageiros e não realocou a grande maioria. Isso ocorre no momento em que quase 70% da população brasileira está vacinada contra a covid-19 com as duas doses e finalmente sente-se mais à vontade para retomar as viagens aéreas.
De acordo com os agentes de turismo, em muitos casos a empresa aérea transfere a responsabilidade para as agências, que também não são comunicadas dos cancelamentos.
Os agentes reclamam, ainda, por não contarem com nenhum apoio do Governo Federal nem do Congresso Nacional, por isso entraram em contato com o deputado federal Fábio Trad (PSD/MS), que prontamente se comprometeu a tomar providências junto aos órgãos competentes.
“Isso não pode continuar assim. É necessário que haja uma regulamentação no setor. No Brasil as agências de viagem mantem cerca de 35 mil empregos diretos e mais de 100 mil empregos indiretos”, advertiu o parlamentar, que enviará ofícios aos órgãos competentes, tais como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), ligada ao Ministério de Infraestrutura; e o Ministério do Turismo.
Justificativa – Além da propagação da variante ômicron, a justificativa das companhias aéreas para os cancelamentos deve-se à necessidade de isolar os tripulantes que tenham testado positivo para a Covid-19 ou que necessitem fazer quarentena por contato com passageiros infectados.
Assessoria.