Muitos municípios do Brasil iniciaram neste segundo semestre o calendário de vacinação antirrábica para cães e gatos. Segundo o médico veterinário Raphael Castro, embora tenha sido observado ao longo dos anos uma redução nos casos de raiva no cenário epidemiológico brasileiro, é importante que os tutores dos animais estejam atentos à vacinação de seus animais de estimação, pois é imprescindível que eles sejam vacinados anualmente.
“A vacina antirrábica evitará o surgimento de uma doença mortal para esses animais e também para os seres humanos. Uma vez vacinado, o pet estará protegido do adoecimento e não transmitirá o vírus. No Brasil, os animais devem ser vacinados anualmente: filhotes a partir dos 3 meses de idade, porém, dependendo da vacina utilizada, essa idade pode variar de 4 a 6 meses; e após a primeira dose, todos os animais devem ser revacinados anualmente”, explica o médico veterinário.
O que é a raiva e quais os sintomas
Raphael explica que a raiva é uma doença causada por um vírus e é transmitida, principalmente, pela mordida de um animal doente em um animal sadio ou em seres humanos. A arranhadura ou lambedura de pele ferida, entre outras formas, também podem transmiti-la.
O especialista acrescenta que, nas áreas urbanas, os principais transmissores são os cães, os gatos e os morcegos, sendo estes últimos destacados como os principais reservatórios e disseminadores do vírus para os demais animais, inclusive os seres humanos.
“Uma vez que o vírus é transmitido, haverá um período variável até o surgimento dos primeiros sinais e sintomas da doença nos animais. Quando esses sinais ou sintomas aparecem, cães ou gatos devem vir a óbito em até 10 dias. Mudanças bruscas no comportamento, sinais neurológicos como dificuldade para se alimentar ou ingerir água, dificuldade em se levantar ou caminhar, latidos ou miados alterados podem ser sugestivos da presença da doença. A orientação é sempre procurar um médico veterinário para a avaliação da saúde do animal”, destaca o docente do curso de Medicina Veterinária da Estácio.
Raiva em humanos
Raphael destaca que, caso uma pessoa seja mordida ou arranhada por um animal, deve-se imediatamente lavar bem a ferida com água e sabão, e em seguida procurar uma Unidade Básica de Saúde para relatar o ocorrido e avaliar o início de sua vacinação profilática. O médico veterinário indica ainda, que os cães ou gatos agressores devem ser mantidos em local seguro e protegido, com oferta de água e alimentação, por um período de dez dias. Permanecendo saudáveis após esse período, eles poderão retornar ao convívio normal com os seres humanos.
Dicas para o dia da vacinação
“Não deixe de levar seu animalzinho para vacinar. Ao levá-lo, escolha horários cuja temperatura e incidência de radiação solar não seja elevada. Quando cães, leve-os sempre contidos por uma coleira ou peitoral, e os gatos no interior de uma caixa para transporte específica. Não caminhe longos percursos com seu animal no chão até a vacinação ou posterior a vacinação. Não os leve soltos ou no colo. Mantenha distância segura entre outros cães e gatos, todos precisam estar protegidos. Se seu animal possui temperamento mais agressivo, não esqueça de levar sua focinheira e tomar cuidados com sua proximidade com outros animais e as pessoas. Todos os animais devem ser transportados ou conduzidos sob a responsabilidade de pessoas adultas”, enfatiza o especialista.
O médico veterinário indica ainda que os tutores se programem para a vacinação com antecedência, consultando os sites e redes sociais das prefeituras de suas cidades para verificar os dias, horários e locais de vacinação.
“As prefeituras oferecem a vacina antirrábica gratuitamente, portanto não deixe de levar seu animal para ser imunizado. Caso algum imprevisto ocorra e o impeça de levar seu animalzinho para vacinar, entre em contato com a prefeitura para saber sobre uma nova oportunidade”, indica.