A recente divulgação do 2º Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, apresentada em setembro pelos Ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego, trouxe à tona uma realidade alarmante: em mais de 50 mil empresas brasileiras, as mulheres ganham em média 20% menos que os homens. A diretoria do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande (SECCG) manifestou forte indignação diante dessa disparidade, classificando essa discriminação como “injusta, desleal e desumana”, nas palavras de seu presidente, Carlos Santos.
“É inadmissível que em pleno século XXI as mulheres ainda enfrentem desigualdades salariais. Elas já provaram, há muito tempo, sua competência e capacidade para exercer qualquer atividade profissional, e muitas vezes até superam os homens em diversos setores”, afirmou Carlos Santos. “Não podemos tolerar essa postura no mercado de trabalho, em nossa cidade ou em qualquer lugar do país.”
O SECCG, que negocia três Convenções Coletivas de Trabalho (CCT) para diferentes categorias do comércio (varejista, supermercados e concessionárias de veículos), reforça que sempre lutou por igualdade plena entre homens e mulheres. O sindicato nunca aceitou diferenciação salarial ou de benefícios com base em gênero, e continuará intransigente nessa postura.
A diretora do sindicato, Rubia Santana, também expressou sua indignação com os dados revelados pelos ministérios, ressaltando a necessidade de ações concretas para combater essa prática discriminatória. “É revoltante ver que ainda hoje precisamos lidar com esse tipo de comportamento no mercado de trabalho. O governo, o setor empresarial e a sociedade como um todo devem atuar de forma mais incisiva, promovendo campanhas educativas que combatam qualquer tipo de discriminação de gênero.”
Rubia destacou que a discriminação com base no gênero, cor ou qualquer outra característica, é uma afronta à dignidade e aos direitos fundamentais das mulheres. “Basta! As mulheres já provaram sua capacidade de desempenhar com excelência qualquer papel no mercado de trabalho. No comércio de Campo Grande, a maioria dos postos de trabalho é ocupada por mulheres, o que comprova sua eficiência nesse setor. O que falta é reconhecimento justo por parte de todos os setores.”
O mercado de trabalho precisa, urgentemente, reconhecer o valor e a competência das mulheres em pé de igualdade com os homens. A luta por um ambiente profissional mais justo e inclusivo não é apenas uma questão de direitos, mas de eficiência econômica e desenvolvimento social. Mulheres, quando reconhecidas por seu talento, trazem inovação, produtividade e diversidade ao ambiente de trabalho. Superar a discriminação de gênero não é apenas uma necessidade moral, mas um imperativo para o progresso. O SECCG continuará lutando por essa igualdade, reforçando que todos – independentemente de gênero – devem ser remunerados e tratados de maneira justa e digna.
A foto da reportagem é Carlos Santos, presidente do Sindicato dos Comerciários de CG.