Em 19 de julho, é celebrado o Dia Nacional do Futebol, data que reforça não apenas a paixão dos brasileiros pelo esporte, mas também sua importância no desenvolvimento físico, emocional e social de crianças e adolescentes. Praticado de forma coletiva e lúdica, o futebol pode contribuir significativamente para a formação de valores, a aquisição de habilidades motoras e o estímulo à convivência em grupo.
Para João José Cunha da Silva, docente do curso de Educação Física da Estácio, o futebol é uma modalidade completa para o crescimento integral de crianças e adolescentes. “Ele promove vivências motoras, estimula a socialização e ajuda a lidar com sentimentos como frustração e superação, comuns em situações de vitória e derrota”, explica.
De acordo com o professor, a prática pode começar por volta dos sete anos de idade, desde que respeite o estágio de desenvolvimento motor da criança. O ideal, segundo ele, é que o esporte seja apresentado com atividades simples, sem foco na competição ou na profissionalização precoce, para se tornar uma prática prazerosa e atrativa, onde o desenvolvimento ocorra de forma natural.
Além dos ganhos físicos e técnicos, o futebol também ajuda a desenvolver valores como disciplina, empatia e respeito ao próximo. Ao vivenciarem o trabalho em equipe e as regras do jogo, os jovens aprendem a conviver com as diferenças, a reconhecer os próprios limites e a valorizar o coletivo. “Muitas vezes, é preciso abrir mão da individualidade para que a equipe cresça. Esse tipo de aprendizado prepara o jovem para a vida em sociedade”, ressalta Cunha.
Para garantir uma prática segura e saudável, o especialista reforça a importância do ambiente lúdico e da valorização do brincar, tanto em escolas quanto em projetos sociais. Ele também alerta para os riscos da especialização precoce, que pode gerar pressão, desgaste e até afastamento da atividade física.
Essa mesma visão inspira a parceria entre o Instituto Yduqs e a Fundação Gol de Letra – para além do campo: promove o desenvolvimento da equipe técnica, capacitando-a em áreas como gestão de projetos. Afinal, investir em educação é também preparar quem cuida, planeja e assegura que o impacto social continue crescendo de forma estruturada e duradoura. A união
entre essas iniciativas fortalece o compromisso com a educação e a transformação social, criando um futuro mais promissor para todos.
Tornar o futebol mais acessível a crianças fora de clubes ou escolinhas passa, na visão do docente, pela valorização da Educação Física nas escolas e pela oferta de espaços públicos seguros para a prática esportiva: “Precisamos estimular a criação de mais projetos sociais e garantir que praças e quadras estejam disponíveis e bem cuidadas”.
A participação das famílias também é essencial. Cunha destaca que os pais devem incentivar, mas sem cobrar resultados ou impor expectativas irreais, respeitando o tempo de cada criança e lembrando que o foco deve ser na formação humana, não na busca por performance.