Muitas coisas nos remetem à figura das mães. Cheiros, roupas, cores, comidas, lugares, histórias, mas a música, em especial, tem o poder de nos conectar com elas de uma maneira muito intensa.
Assim é a relação de Fábio Adames com sua mãe, Josete Gargioni Adames. Produtor musical há 15 anos, o também músico conta que a paixão pela música vem de berço, literalmente. Sem esconder o orgulho que tem de seguir os passos da mãe, ele conta que “ela sempre tocou piano para mim, desde que eu era bem pequeno e isso, com certeza, me incentivou muito a escolher a minha profissão”.
Ele diz ainda que a música é uma conexão forte entre os dois e que muitas canções fazem ele se recordar de Josete. “Várias músicas me fazem lembrar da minha mãe, mas uma em especial que ela tocava muito para mim é a instrumental de “Let It Be”, dos Beatles. Então ficou muito na minha cabeça e talvez essa seja a mais especial”, fala nostálgico.
Formada em piano, Josete, que é médica por amor à profissão, além de cooperada da Unimed Campo Grande, estudou no conservatório quando era criança. Naquela época, segundo ela, foi determinada pelos pais a fazer aulas de música, balé, artesanato ou outras atividades extraclasse, e foi com o piano que ela mais se identificou.
“Naquele tempo até me passou pela cabeça ser musicista, mas como eu gostava de música clássica e o estilo não tinha tanta relação com o Brasil, acabei não levando a ‘profissão’ à diante”, conta.
Depois de formada em piano, começou a história de tocar na frente do “Fabinho”, apelido carinhoso pela qual se refere ao filho. “Sempre que eu tocava piano o Fabinho estava perto de mim. Com o tempo ele passou a se identificar com a música e eu passei a incentivá-lo”.
“Maiorzinho” e a convite da mãe, Fabinho a acompanhava nos recitais tocando violão. Hoje, o profissional de 31 anos de idade, formado em Direito, faz questão de dizer que trabalhar com música sempre foi sua primeira opção e que a formação acadêmica ficou em segundo plano.
Já a mãe fala com orgulho do profissional que o filho se tornou. “Ele montou banda quando criança e foi evoluindo até se tornar esse profissional que é hoje, produzindo grandes artistas, inclusive de vários estados do Brasil”. Josete ainda descreve o que a música representa para ela: “não importa o estilo, ela conecta as pessoas e isso não é só para quem trabalha com música, funciona com todas as pessoas. Ela é como o cheiro, as palavras ou um abraço. Eu acho que ela substitui até um abraço, uma lembrança, um sentimento, e nessa época de pandemia, funciona como uma terapia”.
Efeitos da música
Psiquiatra e cooperado da Unimed Campo Grande, Dr. Marcos Estevão dos Santos Moura, explica porque a música tem essa capacidade de remeter às pessoas tantas lembranças.
“As lembranças desde a tenra idade são fixadas e retidas em áreas cerebrais, que futuramente podem ser ativadas por algo forte o bastante para envolver emoções ligadas a episódios importantes da vida. Um dos elementos capazes de ativar essas emoções é a música. Ela funciona como estímulo à ativação de áreas cerebrais envolvidas nas emoções, propiciando a evocação de memórias, ligadas a diferentes eventos de diversos momentos da vida”, informa.
O especialista conclui que “quando a música é prazerosa é capaz de ativar estruturas límbicas e paralímbicas, que são centros cerebrais que irão modular o sistema nervoso autônomo, promovendo, com isso, uma redução da atividade de nossas descargas de adrenalina e hormônios do estresse, reduzindo a ansiedade e a dor”.
Comunicação Unimed Campo Grande.