O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta (6), em Belo Horizonte, que o assassinato dos três médicos no Rio de Janeiro, no dia anterior, faz parte de um aumento na criminalidade no país. Além disso, ele ironizou a forma física do ministro da Justiça, Flávio Dino.
“É do lado praticamente [onde ocorreram os assassinatos] do condomínio onde tenho uma casa. No Rio de Janeiro, assim como no Brasil todo, a criminalidade vem crescendo. Porque o atual governo, em especial, tem uma proximidade muito grande com a bandidagem”, disse, ao desembarcar na capital mineira, onde cumpre agenda no fim de semana.
Procurados nesta tarde, o governo federal e o Ministério da Justiça não comentaram, até a publicação desta reportagem, as declarações de Bolsonaro.
Para justificar a afirmação, o ex-presidente citou visita que o Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez a favelas da capital do Rio de Janeiro durante a campanha do ano passado.
“Você pode ver. Por ocasião das eleições, o único local onde ele foi aplaudido foi nos presídios. Ele frequentou lugares perigosos no Rio de Janeiro completamente desprotegido”, disse.
Não há, porém, nenhuma prova da suposta relação. Em relação aos presídios, vídeos circularam pelas redes sociais bolsonaristas com imagens de penitenciárias e aplausos supostamente após a vitória do atual presidente.
Sobre a campanha no Rio, Lula visitou o Complexo do Alemão a convite de lideranças de movimentos sociais que atuam na região. Usou, inclusive, um boné com as letras CPX, que faz referência à palavra complexo.
Bolsonaro atacou também o ministro da Justiça, Flávio Dino. “O ministro da Justiça também [frequentou lugares perigosos no Rio]. Realmente é um homem de muita coragem pelo tamanho que tem. Pelo volume corporal que ele tem. Entrar em regiões conflagradas pelo tráfico sem qualquer proteção”, afirmou.
Em março, o ministro esteve na Maré para encontro também com representantes de movimentos sociais. Para o ex-presidente, as visitas provam “claramente” a proximidade da esquerda no Brasil com o que tiver de “errado no nosso país”. “É ruim porque, você pode ver, é um reflexo negativo para o turismo. A gente lamenta o passamento dos três médicos”, disse.