O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a ter uma avaliação negativa maior do que a positiva e a desaprovação pessoal do presidente também superou o percentual daqueles que aprovam o seu trabalho, mostrou pesquisa CNT/MDA nesta terça-feira.
De acordo com o levantamento, encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) ao instituto MDA, 44% dos entrevistados têm avaliação negativa do governo, ante 31% na pesquisa anterior, realizada em novembro.
Aqueles que avaliam a gestão positivamente são 29%, ante 35%, e os que têm avaliação regular somam 26%, ante 32%.
Já em relação ao desempenho pessoal de Lula, a desaprovação alcançou 55%, ante 46% em novembro, ao passo que a aprovação somou 40%, contra 50% na pesquisa passada.
“Como avaliação geral da pesquisa, a gente percebe que o governo está em um momento de bastante pressão. A questão inflacionária, a questão de elevação de preços, tem motivado muito a população em termos de avaliação do governo”, disse o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, ao apresentar os dados do levantamento.
A pesquisa apontou ainda que, para 68,9% dos entrevistados, o aumento dos preços no Brasil ocorre de maneira acentuada, acima dos índices de inflação, ao passo que 12,3% avalia que acontece de forma lenta e abaixo dos índices inflacionários e 14,9% entendem que ocorre de forma natural de acordo com os índices.
Ainda, 41% apontam Lula e o governo federal como maiores responsáveis pelo aumento dos preços. Questões climáticas foram apontadas por 11,2%, seguidas de políticas externas (9,5%), produtores (8,6%), comerciantes (5,3%), governos estaduais (3,7%), governos municipais (1,7%) e todas essas alternativas (10,5%).
O levantamento apontou também que a gestão da economia é a mais apontada como pior área do governo, por 31,8% dos entrevistados.
Além disso, 39% entendem que a maioria das decisões de Lula é ruim, contra 28% que pensavam assim em novembro, ao passo que 21% avaliam a maioria das decisões presidenciais como boa, ante 26%. Para 38% a maioria das decisões de Lula são boas e ruins na mesma proporção, ante 43%.
Também houve inversão na comparação entre os governos de Lula e de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, com o percentual dos que veem o governo atual como pior que o anterior superando os que pensam de maneira contrária.
Os que acham que o governo Lula está pior que a gestão Bolsonaro somam 45%, ante 36% em novembro, ao passo que os que entendem que a atual gestão está melhor que a anterior são 36%, contra 41% em novembro.
A pesquisa CNT/MDA é mais uma a apontar piora na avaliação do governo, após levantamento do Datafolha divulgado em meados deste mês apontar os piores índices de avaliação de todos os mandatos de Lula.
ELEIÇÃO 2026
O levantamento do MDA também apontou que Lula teria uma disputa acirrada contra Bolsonaro em uma eventual disputa entre ambos na eleição presidencial do ano que vem. Atualmente, essa disputa não seria possível, pois Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030. O ex-presidente, no entanto, tem insistido que será candidato.
De acordo com a pesquisa, Lula e Bolsonaro estão empatados com 30% das intenções de voto para um primeiro turno. Na pesquisa de novembro, Lula somava 35% e Bolsonaro 32%.
Neste cenário, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) aparece em terceiro com 10%, ante 6%; e o influenciador digital Pablo Marçal (PRTB) soma 7%, ante 8%. Completam a lista os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), com 4%, e de Minas Gerais, Romeu Zema, com 3%.
Em um hipotético segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o ex-presidente aparece com 43,4% contra 41,6% do atual mandatário, uma vantagem dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2,2 pontos percentuais.
O levantamento apontou, ainda, que 64,8% dos entrevistados avaliam que Lula não merece mais quatro anos de governo, ao passo que 31,7% entendem que o petista merece.
O MDA ouviu 2.002 pessoas presencialmente entre os dias 19 e 23 de fevereiro. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
(Por Eduardo Simões Edição de Pedro Fonseca – Reuters)