No último domingo do mês de janeiro é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. Cercada por mitos e preconceitos, a doença antigamente conhecida como lepra, apresentou queda de 30% no número de casos na região das Américas nos últimos 20 anos. No Brasil, a redução foi de 34,09%. Apesar da queda nos números, a discriminação, o estigma e o preconceito em torno da doença continuam dificultando os esforços para deter sua transmissão.
Médico alergista e imunologista da Unimed Campo Grande, Dr. Clodoaldo Conrado, explica como a doença é transmitida. “A transmissão da hanseníase se dá de uma pessoa doente sem tratamento para outra, por meio das vias aéreas superiores, como fala, tosse, espirro. Isso após um contato próximo e prolongado”.
De acordo com o especialista, a doença é classificada entre paucibacilar, com poucos ou nenhum bacilo nos exames, ou multibacilar, com muitos bacilos. “A diferença é que a forma multibacilar não tratada possui potencial de transmissão”, comenta o médico.
A doença infecciosa, contagiosa tem cura, porém, precisa ser diagnosticada logo no início, além disso, a cura depende do tratamento adequado pois, caso contrário, pode deixar sequelas irreversíveis. Em casos mais graves, pode levar o paciente à perda de força, apresentando limitações físicas para usar as mãos ou andar, por exemplo.
Por isso, é importante estar atento aos sintomas. “Manchas na pele com alteração da sensibilidade térmica, dolorosa ou tátil, comprometimento neural periférico nas mãos, pés ou face, dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, mãos, pernas e pés, caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos, diminuição da sensibilidade ou da força muscular de olhos, mãos e pés, áreas com diminuição dos pelos e do suor, além de manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo. Todos esses sintomas podem ser sinais de hanseníase”, detalha Conrado.
Tratamento
A doença tem grande potencial de cura quando diagnosticado no início. Por isso, é importante que ao perceber alguns dos sinais, um médico especialista seja consultado. “A hanseníase tem cura quando o tratamento, que dura de seis a 12 meses, é seguido de acordo com a orientação e prescrição médica quanto ao uso de antibiótico, que normalmente são Rifampicina, Dapsona e Clofazimina de forma combinada”, destaca Dr. Clodoaldo.
Prevenção
Para prevenir a hanseníase deve-se levar em conta medidas básicas de higiene como a lavagem das mãos, além da aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio que portador da doença.
Assessoria.