Ações pontuais realizadas pelas equipes do Cadastro Único da Secretaria de Assistência Social (SAS) do município já totalizam mais de 300 atendimentos em comunidades indígenas desde o início do ano.
As atividades são realizadas aos sábados e têm como foco o cadastramento de famílias, uma vez que o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome considera os indígenas como um grupo populacional tradicional e específico (GPTE), ou seja, são identificados pelas características socioculturais, econômicas ou conjunturais particulares e demandam estratégias diferenciadas de cadastramento no CadÚnico.
Para atender essa população, no sábado (01) a coordenação do Cadastro Único, por meio da Gerência de Gestão do Cadastro Único levou as equipes ao Cras Popular, onde foram oferecidos os serviços para as comunidades dos bairros Vila Romana, Bourdon e Santa Mônica.
No total foram realizados 72 atendimentos, além de cadastramento feito pela Energisa no Programa Tarifa Social de Energia Elétrica. Desde o início do ano foram realizadas duas ações, sendo a primeira na comunidade Água Bonita e a segunda na Marçal de Souza, totalizando 270 atendimentos.
De acordo com a gerente do Cadastro Único, Viviane Brandão, as ações são programadas e organizadas junto às lideranças indígenas da localidade para garantir que as famílias possam participar das atualizações e inclusões cadastrais. “Dessa forma elas podem ser mantidas ou incluídas em programas sociais vinculados que utilizam o Cadastro Único. É importante as famílias resolverem qualquer tipo de pendência cadastral porque desse modo podemos viabilizar que elas sejam inseridas em programas sociais diversos”, explicou Viviane.
Segundo o cacique da comunidade Santa Mônica, Josivaldo Delfino, o serviço mais importante é a atualização do NIS. “Para a população indígena às vezes é difícil ir ao Cras por causa da distância, então agradecemos muito essa parceria e aproveitamos também para esclarecer muitas dúvidas”, frisou
O cacique da comunidade Paravá, Silvio Fialho, ressaltou que garantir o cadastramento da população indígena é abrir uma porta para o Governo Federal conhecer a realidade das comunidades. “Ficamos muito agradecidos porque é importante o governo ver como vive a população de baixa renda”, pontuou.
Números
Dados do Governo Federal apontam que Campo Grande conta com 2074 famílias indígenas no Cadastro Único. Dessas, 1.089 são beneficiárias do Bolsa Família.
O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, permitindo que o governo conheça melhor a realidade socioeconômica dessa população. Nele são registradas informações como: características do domicílio, identificação de cada pessoa, escolaridade, situação de trabalho e renda, entre outras.
O CadÚnico é utilizado para seleção e inclusão dessas famílias em diversos programas sociais, sendo o mais conhecido, a transferência de renda do governo federal – Programa Bolsa Família.
As famílias que se declaram pertencentes aos Grupos Populacionais Tradicionais e Específicos (GPTE) como famílias indígenas, de pescadores artesanais, famílias acampadas, de catadores de material reciclável, dentre outras, recebem Cadastramento Diferenciado por suas peculiaridades no modo de vida, ou seja, a partir do respeito às diferenças e especificidades de cada povo, esses usuários podem ser atendidas com metodologias diferenciadas.
Além das três comunidades indígenas, ações do Cadastro Único também ocorreram neste sábado no Cras Aero Rancho, que realizou mais de 30 atendimentos e orientações do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF).
Em todas as ações foram sorteadas geladeiras doadas pela concessionária de energia elétrica da Capital.