O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande – SECCG, Carlos Santos, afirmou que neste 1º de Maio não há motivos para festa. Pelo contrário: há uma profunda indignação diante da dura realidade enfrentada por milhares de trabalhadores do comércio da Capital, especialmente em setores como o de gêneros alimentícios e na área central.
“Durante muitos anos, o 1º de Maio era celebrado com respeito. Empresas promoviam festas, sorteios de prêmios e homenagens aos trabalhadores, reconhecendo seu valor”, relembra Carlos Santos. “Hoje, infelizmente, essa valorização deu lugar à exploração e à invisibilidade”, lamenta.
Segundo o presidente do SECCG, basta andar pela cidade para ver jovens e pais de família submetidos a jornadas exaustivas, baixos salários e metas desumanas. “É muito difícil ver o brilho da juventude sendo apagado pela exaustão. Difícil ver trabalhadores aceitando humilhações silenciosas para garantir o pão de cada dia. Difícil ver quem, mesmo doente, não pode parar, porque sabe que será facilmente substituído”, denuncia.
Carlos Santos reforça que, para muitos desses profissionais, o que existe hoje é “um regime que beira a escravidão moderna”, com “longas horas de trabalho, pressão psicológica constante e salários que mal cobrem as necessidades básicas”.
O presidente também critica a resistência patronal nas negociações: “A cada rodada, enfrentamos a recusa de quem prefere acumular lucros à custa do suor alheio. É revoltante ver que, ainda hoje, o trabalhador precisa brigar para ter respeitado o que é básico: dignidade e reconhecimento.”
Apesar da realidade dura, Carlos Santos reafirma o compromisso de luta do sindicato. “Não estamos aqui apenas por salários. Estamos aqui pela vida digna, pela juventude que merece sonhar e pelos pais e mães que merecem respeito. Seguiremos firmes, sem esmorecer, porque enquanto houver exploração, haverá resistência”, declara.
Para Carlos Santos, o Dia do Trabalhador de 2025 é um chamado à reflexão profunda sobre o tipo de sociedade que queremos construir. “Não podemos aceitar que o comércio prospere às custas da saúde, da dignidade e da esperança dos trabalhadores. A verdadeira vitória será alcançada quando cada trabalhador for tratado como ser humano, e não como máquina”, finaliza.
E para não passar em branco a data, o Dia do Trabalhador, o SECCG vai promover o sorteio de 120 cestas básicas entre os comerciários de Campo Grande, associados ao sindicato.