Suelen Silva, descobriu o câncer de mama aos 34 anos, através de exames pré-operatórios para cirurgia plástica de lipoaspiração.
O diagnóstico não adiou apenas o sonho da mudança no corpo, mas também da maternidade. Isso porque muitas mulheres iniciam a luta contra o câncer sem saber que
os tratamentos, com quimioterapia e radioterapia podem provocar envelhecimento dos óvulos, menopausa precoce e consequentemente, perda da fertilidade.
“Eu sempre quis casar e me tornar mãe. Lembro de dizer a minha médica que meus planos foram interrompidos. Ela me pediu calma e me explicou sobre a preservação da fertilidade”, conta a enfermeira.
CONSULTA GRATUITA
Durante o Outubro Rosa, a clínica Fertliv vai oferecer consultas gratuitas para pacientes que estão em tratamento contra o câncer e querem fazer a preservação da fertilidade. A mulher, também poderá entrar, automaticamente, no programa Gerando Sonhos, que oferece técnicas de reprodução assistida com redução nos custos, incluindo laboratório e medicações.
Segundo a médica especialista em reprodução assistida, Suely Resende, no passado o diagnóstico de câncer praticamente representava o fim do sonho de ter filhos. Com avanço da medicina, o congelamento de óvulos e de sêmen são apontados como as alternativas mais eficazes de proteger a fertilidade de homens e mulheres, que vão enfrentar o tratamento.
Vitor Kussumoto, responsável pelo programa Gerando Sonhos, explica o que acontece no corpo da mulher durante o tratamento.
“Os medicamentos inibem as células do câncer, mas a medicação não é seletiva. Ou seja, pode atingir outros órgãos do corpo, como por exemplo, os ovários. Se a mulher tiver histórico de baixa reserva ovariana, mais baixa, o risco de ter dificuldades ou não conseguir engravidar é maior”, reforça.
HISTÓRIAS
Foi o que Karla Kirsten Longo fez. Ela já tinha uma filha, quando descobriu o câncer de mama.
“Tive minha primeira filha aos 27 anos. Um ano depois, resolvi colocar prótese de silicone e veio o diagnóstico. Fiz cirurgia em 2015, quimioterapia e radioterapia, além de tratamentos hormonais por cinco anos. Fui informada sobre a preservação da fertilidade, mas é um momento em que você só pensa em resolver o problema que está passando e não entende o quanto isso pode fazer falta depois. Eu acredito que faltou ter dado mais importância para o assunto”, diz.
Com o tratamento, a fisioterapeuta que hoje tem 34 anos, já entrou na menopausa. Com orientação do médico, parou com as medicações e fez dois processos para congelamento de óvulos. O primeiro não deu certo. No segundo, ela e o esposo conseguiram um embrião, que está congelado. Como o tipo de câncer que ela tem é considerado receptor hormonal positivo, ela optou pelo útero de substituição para tentar o segundo filho.
“Se você vai começar um tratamento, procure um médico especializado e se informe, estude as possibilidades com ele e com seu oncologista. É um momento complicado mas dê prioridade pra isso também! Se for possível coletar óvulos e guardar, vai tornar tudo mais fácil depois.
Mas se já está se tratando ou finalizou o tratamento, procure ajuda também. Cada caso é de um jeito, mas existem muitas alternativas”, aconselha a fisioterapeuta, que ainda passará por mais cinco anos de tratamento hormonal.
COMO CONGELAR ÓVULOS?
Segundo o especialista em reprodução assistida, Antônio Miziara, o tempo entre o diagnóstico do câncer e o início da quimioterapia ou da radioterapia costuma ser suficiente para coletar e congelar os óvulos.
“O procedimento é parecido com o de fertilização in vitro. Primeiro a mulher utilizará medicações injetáveis por um período médio de 10 dias, para estimular a ovulação. A coleta de óvulos é realizada num ambiente cirúrgico, com anestesia (sedação) e depois os óvulos serão armazenados e congelados.”, explica.
Vitor Kussumoto, Após ter superado a doença, a paciente que congelou óvulos deve seguir a orientação de seu oncologista sobre o prazo de espera para tentar uma gravidez. No momento certo, os óvulos serão descongelados para fertilização in vitro. Outra alternativa, é congelar os embriões, principalmente para quem já tem um relacionamento estável.
DEU CERTO!
Para a médica Luciane Cafure, foram quase três anos, entre o diagnóstico de um câncer raro e maligno, até o nascimento do primeiro filho, Hugo.
“Após dois anos de casada, fiz exames para tentar engravidar e descobri um cisto no ovário. Na cirurgia, o médico disse que havia outras lesões. Era um câncer. Tínhamos apenas vinte dias entre a autorização da cirurgia e passar pelo processo de preservação da fertilidade. Fizemos campanhas para arrecadar dinheiro e deu tudo certo”.
Luciane transferiu o embrião um ano após o fim dos tratamentos e engravidou de primeira.
Mais informações: (67) 9 9988-1873
(67) 9 9932-1749.
Assessoria.