O Governo Federal inicia em fevereiro a aplicação de vacinas contra a dengue na população de regiões endêmicas. A ação, coordenada pelo Ministério da Saúde, vai alcançar 521 municípios. Este ano, a estratégia foca no grupo formado por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos — faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue (depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa).
As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e com população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.
O Ministério acordou critérios para definição dos municípios que irão receber as doses, com o Conass e Conasems — órgãos representantes de secretarias de Saúde de estados e municípios — seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
No Mato Grosso do Sul, as quatro regiões de saúde priorizadas englobam 79 municípios sul mato-grossenses:
Campo Grande
Campo Grande, Costa Rica, São Gabriel do Oeste, Maracaju, Jardim, Coxim, Guia Lopes da Laguna, Sidrolândia, Pedro Gomes, Chapadão do Sul, Rochedo, Anastácio, Camapuã, Bonito, Figueirão, Nova Alvorada do Sul, Aquidauana, Jaguari, Miranda, Dois Irmãos do Buriti, Sonora, Ribas do Rio Pardo, Alcinópolis, Caracol, Corguinho, Bela Vista, Rio Verde de Mato Grosso, Paraíso das Águas, Terrenos, Rio Negro, Nioanque, Porto Murtinho, Bodoquena e Bandeirantes.
Dourados
Dourados, Naviraí, Ponta Porã, Aral Moreira, Sete Quedas, Novo Mundo, Caarapó, Coronel Sapucaia, Amambai, Itaquiraí, Laguna Carapã, Ivinhema, Antônio João, Rio Brilhante, Douradina, Batayporã, Jateí, Deodápolis, Nova Andradina, Fátima do Sul, Paranhos, Itaporã, Novo Horizonte do Sul, Vicentina, Juti, Iguatemi, Angélica, Eldorado, Glória de Dourados, Japorã, Anaurilândia, Taquarussu e Tacuru.
Três Lagoas
Três Lagoas, Brasilândia, Selvíria, Inocência, Água Clara, Aparecida do Taboado, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Cassilândia e Paranaíba.
Corumbá
Corumbá e Ladário.
AÇÕES ESTRATÉGICAS — Com o início do período das chuvas e das altas temperaturas, e diante do alerta emitido pela OMS sobre o aumento das arboviroses em razão das mudanças climáticas — somadas ao cenário nacional de reaparecimento dos sorotipos DENV-3 e DENV-4 — o Ministério da Saúde coordenou uma série de atividades preparatórias para a sazonalidade de 2024.
De acordo com o Informe Semanal das Arboviroses Urbanas do Ministério da Saúde, entre as semanas epidemiológicas 1 a 3 deste ano, foram registrados 120.874 casos prováveis e 12 óbitos por dengue. Em 2023, houve a notificação de 44.753 casos prováveis e 26 óbitos no Brasil. O documento de acompanhamento do cenário nacional foi uma das iniciativas disponibilizadas para o monitoramento estratégico.
Em novembro, como parte das ações de comunicação regionalizada, a pasta lançou novas campanhas de mobilização social, voltadas à realidade de cada região do país e peculiaridades desse cenário epidemiológico. No mês seguinte, foi instalada a Sala Nacional de Arboviroses, um espaço permanente de monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência das doenças. Com a medida, é possível direcionar as ações de vigilância de forma estratégica nas regiões mais afetadas.
Para apoiar estados e municípios nas medidas de prevenção e controle, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para todo o país, em uma ação de reforço do enfrentamento da doença.
Do valor total, R$ 111,5 milhões foram transferidos ainda em 2023, em parcela única, para fortalecer a vigilância e a contenção do Aedes aegypti — sendo R$ 39,5 milhões para estados e Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para municípios. Além disso, haverá repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo o país.
MÉTODO WOLBACHIA — O Ministério da Saúde também expandiu, em 2023, o método Wolbachia como estratégia adicional de controle das arboviroses. A pasta fez o repasse de R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis municípios: Uberlândia (MG), Natal (RN), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na pesquisa, que são Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).
A iniciativa consiste na liberação de mosquitos da espécie Aedes aegypti infectados por uma bactéria intracelular do gênero Wolbachia, que apenas infecta insetos, e atua bloqueando a capacidade de transmissão dos vírus pelo mosquito.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República