Amanhã a partir das 9h, a Santa Casa de Campo Grande faz um culto ecumênico em homenagem as pessoas que perderam a vida em razão da Covid-19. Em especial aos funcionários do hospital, que estiveram na linha de frente do combate a doença, como a assistente administrativo na Manutenção da Santa Casa, Rosangela Maria Teixeira Delmondes, de 57 anos.
Filho de Rosangela, o publicitário Kleyton Delmondes, 29 anos, conta que a mãe estava se cuidando bastante. Ela só saía para trabalhar, ir na missa aos domingos e ao mercado. Segundo ele, Rosangela foi fazer uma cirurgia vascular no pé e já saiu sem vida do hospital. “Deus é maior né, se ele achou que era o momento dela, temos que aceitar e conviver agora com a saudade”, diz Klayton.
Confira na íntegra o relato de Kleyton:
Aconteceu tudo muito rápido, minha mãe deu entrada na Santa Casa no dia 08/12/2020 para fazer um procedimento vascular na perna esquerda, na recuperação da cirurgia acabou testando positivo para Covid-19, precisou ser entubada, nos primeiros dias ela estava reagindo bem a toda medicação, mais ai precisou de doação de sangue, pois deu anemia, a hemodiálise já não estava dando resultado, pois a pressão dela caia muito. Cada boletim médico era um sofrimento, as minhas pernas tremiam.
Até que no dia 13/01/2021 a médica responsável pela UTI do Trauma da Santa Casa pediu para eu, meu companheiro e minha irmã comparecer lá, pois ela queria conversar com a gente. Ela não deu muitas esperanças, falou que eles disseram tudo que era possível mais ela não estava mais reagindo a medicação e os órgãos dela estava parando. Entramos em desespero, e infelizmente nesse dia próximo da hora do almoço ficamos sabendo do falecimento da minha mãe.
A dor e a saudade são grandes, mais eu aproveitei cada momento com ela e sei que onde ela se encontra agora não tem mais dor e nem sofrimento. Agora é só Deus mesmo para nos dar força de viver cada dia, mais quando a saudade aperta e me vem a vontade de chorar, tento lembrar-me de momentos lindos que tive com minha mãe, nas viagens que fizemos juntos, nas missas que frequentamos juntos, nos encontros dos almoços, e é assim que eu quero me lembrar dela, feliz e alegre.
Fiquei muito feliz com o convite da Santa Casa sobre esse evento da Missa, pois minha mãe era muito católica e amava o que fazia no trabalho dela, no mês de novembro de 2020 ela me contou toda feliz que recebeu um elogio do chefe de setor dela por escrito, pois ela batia todos os pontos no horário, chegada, almoço e saída. Então, eu só tenho a agradecer a essa homenagem da Santa Casa, pois minha mãe tinha uma história lá dentro e fazia tudo com muito amor e carinho.