Empresários do setor cerâmico e produtivo participaram, nesta sexta-feira (10/03), de debate sobre as oportunidades e desafios no consumo e geração de energia limpa, no ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), em Três Lagoas.
A Innovation Session foi organizada pelo vice-presidente regional da Fiems, Luiz Cláudio Sabedotti Fornari. Segundo ele, o objetivo é apresentar o trabalho do instituto em relação a transformação de resíduos na geração de energia renovável aos empresários, promovendo assim o mapeamento de quem pode fornecer essa matéria-prima e quem pode aproveitá-la como alternativa na transição energética.
“O ISI é uma referência nacional e internacional nesse assunto e está instalado no nosso Estado. Hoje estamos dando o primeiro passo de um processo que vem preocupando toda a indústria, que é a questão da emissão de carbono”, afirmou.
Conforme os pesquisadores do instituto, em 2022, Mato Grosso do Sul produziu 57gw de energia, sendo 89,96% a partir de energia renovável (38,96% biomassa e 43,88% solar). Mesmo com os altos números, o Estado ainda tem muito potencial a ser explorado na passagem de uma matriz energética focada nos combustíveis fósseis para uma com baixa ou zero emissões de carbono, baseada em fontes renováveis.
O diretor-regional do Senai, Rodolpho Caesar Mangialardo, destaca as possibilidades ainda disponíveis dentro do agronegócio, um dos principais setores econômicos do Estado. “Quando falamos de confinamento, há uma geração de dejetos muito grande. Parte desse dejeto pode ser transformado em energia”, explicou.
Para o gerente do ISI Biomassa, João Gabriel Marini, reuniões como essa são importantes para apresentar toda a estrutura da instituição, além das áreas de competência que alcança. “É bom para sentirmos que podemos contribuir para o desenvolvimento da indústria do Estado”.
Enxergando caminhos
O trabalho do ISI Biomassa e apresentações como a realizada contribuem para os empresários visualizarem as possibilidades de transformação dentro dos próprios negócios.
O consultor técnico do Sistema Famasul Gabriel Mambula comentou sobre as vantagens que a transição pode trazer para o agro. “Destinando os resíduos, que seriam descartados, para algo que se torne ecologicamente bom para a sociedade, trazendo uma margem dentro do negócio, conseguimos gerar esse valor para dentro da economia e transformar isso de uma forma circular. Então, essa é a grande vantagem que enxergamos para o produtor rural”, explicou.
A partir da apresentação realizada pelos pesquisadores do ISI Biomassa, o proprietário da Cerâmica Guerra, Luis Antônio Morila Guerra, já pensa em iniciar mudanças no processo produtivo da empresa. “Tem questões que me interessam bastante aqui, como a utilização de CO2 para melhorar a qualidade da massa utilizada na produção das peças”, ressaltou.