Na noite desta quarta-feira (05), o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (SinMed/MS) promoveu uma reunião entre os médicos lotados na rede municipal de saúde, presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores de Campo Grande, Victor Rocha e gestores da Secretária Municipal de Saúde (Sesau): Bruno Cesar Casal dos Santos, assessor médico da divisão de medicina; Thiago Jose Maksoud Machado, chefe da divisão de medicina e Coordenador de Urgência da Sesau, Leonardo Reys de Vasconcelos Monteiro, para debater sobre a questão da readequação de plantões.
Na ocasião, a categoria se posicionou contrária à proposta apresentada pela Sesau, tendo em vista que o formato de trabalho interfere diretamente no bom atendimento, penalizando de forma significativa a população com a diminuição do acesso à saúde.
Segundo os gestores, as readequações são tanto para área clínica quanto para a pediatrica, porém a pediatria sofrerá um maior impacto: “foi proposto finalizar as escalas de pediatria, deixando a população sem pediatra, em unidades como o Nova Bahia e Tiradentes. A categoria médica não concorda com isso, e o Sinmed-MS levará essa demanda para o Conselho Municipal de Saúde e se necessário será acionado o Ministério Público”.
A prefeitura de Campo Grande alega que a adequação se faz necessário pois atingiram o limite prudencial nos gastos, no entanto, o presidente do SinMed/MS, Marcelo Santana, afirma que há outras formas de para cortar gastos. “Não podemos permitir que atinjam a ponta da saúde que é demasiadamente importante para a população de Campo Grande, nem impedir que a população receba um pronto atendimento de qualidade em regiões próximas as suas residências”.
O Vereador e presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores de Campo Grande, Victor Rocha ressaltou estar ao lado da categoria e disposto a lutar por uma saúde de qualidade: “vamos defender o direito das pessoas ter acesso ao atendimento médico, existem várias formas de se readequar recursos como por exemplo a redução de números de cargos comissionados e contratados, e não às custas de serviço médico que atinge diretamente a população”.
A pediatra Sonia Lemos, é concursada na rede municipal há 27 anos e demonstra sua total insatisfação. “Já passei por várias gestões e nunca me senti tão desrespeitada quanto nesses últimos sete anos, onde nós tivemos o desmonte da saúde, enfrentamos descredito de um prefeito que nos jogou contra a população, isso desestimula”, afirmou.