Com um investimento total nos últimos nove anos de R$ 180 milhões em ciência, tecnologia e inovação, a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) tem destinado recursos também para mais de 140 projetos ligados às áreas das ciências da saúde e biológicas.
As iniciativas vão desde o desenvolvimento de testes mais eficazes para o diagnóstico de diversas doenças, passando pela construção de novas estruturas de saúde pública, até a criação de aplicativos e softwares para uso de profissionais e pacientes.
Diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araújo Pereira
“Nós acreditamos que a pesquisa é o caminho para proteger a humanidade de novas pandemias e para garantir mais qualidade de vida para a sociedade. Por este motivo, a Fundect, em seus editais, acolhe projetos ligados à área de saúde e incentiva que os pesquisadores busquem soluções inovadoras. Temos avançado muito e nossa previsão é de aumentar os investimentos para atender as demandas do setor”, explica Márcio Pereira, diretor-presidente da Fundect.
Conheça alguns dos projetos de saúde e ciências biológicas apoiados pela Fundect:
Revolução na Saúde Pública
Desenvolvido por Matheus Passos e Maísa Quarteiro, em parceria com a coordenadora Keila Soares, o projeto pode revolucionar a gestão de saúde pública através do uso de tecnologia e inteligência artificial. O sistema inteligente de análise de dados, integrado ao sistema de prontuário eletrônico E-SUS, permite uma análise rápida e eficiente dos indicadores de saúde, facilitando a identificação de pontos críticos em cada região. O objetivo é auxiliar os municípios a atingirem as metas do Programa Previne Brasil. Apoiado financeiramente pelo projeto Centella, o projeto possibilitará a criação de políticas públicas e ações eficazes, promovendo uma gestão mais assertiva e baseada em dados concretos.
“Os impactos também se estendem para além da gestão, alcançando diretamente a assistência à saúde da população. Os idealizadores do projeto, profissionais da saúde com experiência na atenção primária, projetaram o sistema com foco na melhoria do cuidado individualizado e possibilitará por exemplo identificar gestantes com consultas pendentes, hipertensos ou diabéticos que não realizam acompanhamento ou até mesmo exames significativamente alterados”, completa Keila.
Envelhecimento Ativo
Com o objetivo de promover o envelhecimento ativo e a qualidade de vida para a população idosa, a Livre Personal Sênior, projeto coordenado por Enrique Saraiva Lucena, personal trainer que atende a idosos, desenvolveu uma metodologia única de avaliação e treinamento físico. Este projeto, financiado pela Fundect através do programa Centelha, busca democratizar a prática de exercícios físicos eficazes para a terceira idade, por meio de um aplicativo inovador. Além de oferecer rotinas de exercícios adaptadas às necessidades individuais dos usuários, o aplicativo visa tornar a prática de atividade física mais acessível, segura e prazerosa, contribuindo assim para o envelhecimento ativo e saudável.
“Assim, com guias personalizados e suporte constante, nosso aplicativo permitirá que os usuários tenham rotinas de exercício adaptadas às suas necessidades e características individuais. Com o uso da tecnologia, vamos aproximar nossos usuários do bem-estar físico e mental e contribuir para o processo de envelhecimento ativo”, explica Enrique.
Enrique durante gravação de vídeo aula que fará parte do aplicativo
miRTEA Diagnósticos
Com o financiamento da Fundect, por meio do programa Centelha, a empresa miRTEA Diagnósticos, liderada pelas professoras doutoras Alinne Castro e Carina Elisei, está avançando nas pesquisas para desenvolver um teste molecular inovador para o diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Utilizando biomarcadores salivares, o projeto busca oferecer um método acessível e eficaz para identificar o TEA, permitindo intervenções precoces e especializadas. O protótipo já testado está em fase avançada, porém ainda são necessárias mais pesquisas para validar os biomarcadores e obter a aprovação regulamentar.
“Nós estamos trazendo uma iniciativa promissora e inovadora no estabelecimento de um conjunto de biomarcadores salivares robustos para detecção precoce de TEA. Não buscamos substituir o diagnóstico clínico, mas sim, auxiliá-lo acelerando o acesso às intervenções especializadas”, afirma Alinne Castro. “Estamos trabalhando em direção a um futuro, no qual a empresa está comprometida com a ampliação do acesso ao diagnóstico precoce do TEA”, completa Carina.
Centro de Pesquisas Clínicas
Um dos projetos mais importantes financiados pela Fundect, e que está em andamento, vai assegurar a realização de pesquisas clínicas em todo o Estado. Estão sendo investidos R$ 14,8 milhões para a construção do Centro de Pesquisas Clínicas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que vai realizar estudos clínicos e epidemiológicos. Quando estiver pronto, o prédio contará com área ambulatorial, laboratorial, de gestão, monitoria, apoio e pavimento técnico.
A estrutura integrará a Rede Fiocruz de Pesquisa Clínica e tem o objetivo principal de encontrar novos tratamentos, capazes de controlar sintomas, curar e prevenir doenças ou mesmo buscar o aprimoramento para terapias já existentes. Além disso, a ideia é que as pesquisas, realizadas em Mato Grosso do Sul, possam ajudar pacientes a usufruir de tratamentos inovadores, muitas vezes inacessíveis fora do ambiente dos estudos clínicos, e que podem ser mais eficazes do que as abordagens disponíveis no mercado.
Imagem do projeto com a fachada do laboratório