As mudanças climáticas e a crescente demanda por sustentabilidade em diversos setores impulsionam uma transformação significativa na forma como as construções são concebidas e realizadas em todo o mundo. Nesse cenário, o Brasil se destaca como o quarto país com maior número de construções sustentáveis no mundo, de acordo com o ranking da United States Green Building referente a 2023.
Segundo o Prof. Dr. Rodrigo Geraldo, coordenador da graduação em Engenharia Civil do Centro Universitário Facens – referência nacional em metodologias inovadoras de educação nas áreas de engenharia, tecnologia, arquitetura e saúde –, ser sustentável é uma necessidade social e faz parte da estruturação, inclusive, de um Plano Diretor de Tecnologia de Cidade Inteligente (PDTCI). “A edificação sustentável é um componente de suma importância para que uma cidade seja inteligente, uma vez que se adere a eixos como urbanização, energia, meio ambiente, saúde e qualidade de vida. Uma edificação sustentável terá impactos diretos em todos eles e nas definições das soluções que a cidade irá propor para cumprir um plano como esse”, diz.
Na prática, de acordo com o especialista, uma obra sustentável e inteligente precisa de profissionais que buscam implementar esses conceitos em todas as etapas, da concepção à entrega. “Durante os processos produtivos, é preciso pensar nos materiais e nas técnicas construtivas que serão utilizadas para reduzir impactos no meio ambiente. Por exemplo, é possível optar por materiais naturais e diminuir aqueles que são tóxicos para o meio ambiente, maximizar o uso de luz solar, de luz natural, evitando o consumo excessivo de energia; diminuir o desperdício de água na edificação e criar ambientes que têm conforto térmico”, explica.
Além dos impactos do aquecimento global, há uma preocupação dos negócios em atender a essa demanda. Rodrigo explica que existem certificações como “os selos LEED e AQUA, concedidos para construções que cumprem critérios de ordem ambiental, social, minimizam resíduos, promovem a economia de água, energia, etc. Uma vez que esses itens são cumpridos e a edificação recebe essa certificação, é uma forma de conscientizar e tornar público que aquela obra foi executada dentro desses parâmetros. Isso tende a aumentar cada vez mais.”
Para o professor, o Ensino Superior tem um papel crucial no desenvolvimento de processos e de produtos que sejam mais sustentáveis para a construção civil, desenvolvendo profissionais que saibam aplicar as técnicas e materiais mais sustentáveis, e também conscientes da relevância de se considerar esses aspectos. “A Facens é um Smart Campus, um laboratório vivo onde pesquisamos materiais, processos e técnicas construtivas que sejam menos impactantes em termos ambientais. Também é papel da academia avaliar novos produtos do mercado para atestar que atendam aos critérios mínimos estabelecidos por normas técnicas vigentes, provando a viabilidade técnica, econômica e ambiental dos mesmos. E por último, experimentar. Nossos alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil desenvolvem durante toda a graduação projetos e pesquisas sobre construções mais sustentáveis, gerando protótipos e avaliando o desempenho térmico dos materiais e edificações propostas”, conclui.