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- Experimentações, demonstrativos e atividades lúdicas como forma de apresentação de fundamentos de três modalidades paralímpicas: paratletismo, judô paralímpico e voleibol sentado. Assim foi a manhã deste sábado (4) no Centro Poliesportivo Mamede Assem José (Vila Almeida), em Campo Grande, que recebeu a terceira edição do Festival Paralímpico. O evento, concebido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e realizado na capital sul-mato-grossense pelo Governo do Estado, via Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte), reuniu centenas de crianças e jovens de oito a 17 anos, com ou sem deficiências.
A ação, organizada desde 2018, ocorre tradicionalmente ao mesmo tempo em diversas cidades do país e objetiva incentivar a prática esportiva por meio da vivência com novas modalidades. Neste ano, foram 70 municípios brasileiros. O evento em Campo Grande teve a honra de receber o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, bicampeão no atletismo na Paralimpíada de Tóquio-2020 e exemplo para os que estão começando agora no esporte.
“Mato Grosso do Sul vem fazendo bonito no esporte paralímpico, acreditando nas pessoas com deficiência e as incentivando. Foi recompensador ter passado a manhã com essas crianças, que conheceram novas modalidades e agora têm a oportunidade de ingressar no esporte. No Festival vi crianças com e sem deficiências, convivendo em igualdade, e é isso que o esporte ensina. Sou fruto desse trabalho de inclusão que o esporte proporciona e onde eu cheguei muitos podem chegar também”, destacou o medalhista de ouro, contemplado pelo Bolsa Atleta, programa de incentivo do Governo do Estado.
Gabriel Ferreira Rodrigues, de 15 anos, tem deficiência visual, é atleta de judô há quatro anos, e participou com afinco de todas as atividades no Festival. Para o judoca, o esporte é fundamental em sua vida. “Dois meses depois que perdi a visão, em 2017, conheci o judô e foi muito importante na minha reabilitação, principalmente emocional. Quando ficava triste, eu ia treinar e isso me animava. O esporte me ajudou muito”, relatou. Na última semana, o atleta foi campeão em sua primeira participação nas Paralimpíadas Escolares, em São Paulo (SP).
Mães e pais, avós e avôs, tios, primos e demais familiares dos participantes também acompanharam de perto as atividades no Poliesportivo da Vila Almeida. Elza Romeiro é avó de Rafael Blan, nadador de 12 anos que aproveitou a manhã de sábado para ter contato com outras modalidades.
“O Rafael já faz natação, mas viemos participar para conhecer outras modalidades e ver em qual mais ele se adequa. A prática esportiva é importantíssima, principalmente para crianças com deficiência e é também uma forma de inclusão. Hoje foi uma oportunidade única, que não podíamos perder”, disse a vovó, que percorre o Brasil em competições com o neto.
Ao final das atividades, todas as crianças receberam lanche e certificados de participação, emitidos pelo CPB. O Festival Paralímpico fez alusão ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico, celebrado em 22 de setembro. No entanto, por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o evento deste ano foi adiado e acompanhou o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado em 3 de dezembro.
Fundesporte.