Um empresário de Campo Grande foi “esperto” ao driblar um golpe praticado por um presidiário do Estado do Rio Grande do Sul que se passou por delegado e disse que o mesmo tinha cometido o crime de pedofilia ao mandar imagens pornográficas para uma menor de idade. Toda a conversa pelo aplicativo WhatsApp foi printada pelo comerciante, que é dono de conveniência, e enviada ao site CapivaraNews.
Para dar mais consistência ao golpe, o criminoso enviou vídeos da suposta mãe da adolescente prestando depoimento na delegacia de Polícia Civil sobre o suposto caso, do suposto inquérito e do computador aberto na página do artigo que fala do crime de pornografia infantil. E mais, ele já na conversa, pelo número 51 8129-2703, falando que é o delegado Luiz Fernando da DECA (Divisão Especial da Criança e do Adolescente) e informando o nome do empresário.
Ele também cita o artigo 216 e 241 do artigo penal “cometido” pelo suposto autor e ainda cita o nome da suposta vítima, Júlia Souza. “Muito inteligente e articulado durante a conversa, até o momento em que ele percebeu que eu não tinha caído no golpe”, disse o empresário.
Quando o empresário percebeu que era um golpe, ligou para o número que não atendeu, mas voltou a manda mensagens pedindo para que ele cooperasse e enviasse uma quantia para que o caso fosse arquivado. O bandido ainda disse que “como delegado só estava fazendo isso porque o tinha percebido que o empresário era uma pessoa de boa índole e não tinha mandado as imagens à garota por mal”.
Mais esperto ainda, o empresário virou o jogo e disse que não tinha medo de ir preso, porque já estava preso. O bandido perguntou em qual penitenciária, o empresário inventou uma qualquer, e recebeu a seguinte resposta: “Veio safado, mentiroso, me dá um PIX, que to querendo fumar uma maconha”.
Ainda atuando, o empresário disse que não tinha como dar, pois “a visita no seu presídio era só semana que vem, e que estava na pedra também”.
Nessa conversa de “amigos”, então, o bandido revelou que estava preso na cidade de Charqueadas, em Rio Grande do Sul, e a conversa foi encerrada sem o sucesso do golpe.
Veja o vídeo do golpe abaixo e depois continue lendo a reportagem:
Conversando com a assessoria da Polícia Civil, o site CapivaraNews descobriu que se trata do “Golpe do Nudes” e não e tão incomum assim aqui no Mato Grosso do Sul. No golpe, o criminoso, após obter “nudes” da vítima, utiliza-se fraudulentamente de imagem da PCMS e de Autoridades Policiais para obter valores.
A prática acontece da seguinte forma: O criminoso, por meio de um perfil “fake” de pessoa que possa gerar interesse sexual do alvo, passa a manter contato nas redes sociais e após trocas de mensagens, envia e obtém imagens (NUDES) e então alega que registrou ocorrência, quando usa de imagens e nomes de Autoridades Policiais, a fim de dar maior credibilidade e exige valores para não continuar a investigação.
Normalmente o criminoso, após conseguir as imagens, afirma que se trata de pessoa menor de idade e portanto vítima de crime.
A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul recomenda que – caso se apresente a este tipo de situação – a vítima procure uma Delegacia de Polícia para o registro da ocorrência e apresente prints das conversas, pois farão parte da investigação.
Há dois anos a PCMS divulgou algumas dicas sobre como agir em alguns casos de crimes pelo aplicativo whatsapp. Confira clicando aqui. 
