Há 3 décadas, após ter sido utilizada como depósito de lixo, em meio a uma turbulência judicial em série, a área situada na Avenida Tamandaré, em Campo Grande, hoje conhecida como Comunidade Bosque da Saúde, enfrenta problemas de degradação do meio ambiente e de calamidade pública. O site Capivara News conheceu um pouco dessa história e alguns moradores disseram que os aproximadamente 16 hectares do bairro, antes era um antigo espaço que pertenceu a Sociedade Imobiliária de Sumaré, em meados dos anos 80.
Conforme a população local, a região era utilizada indevidamente como depósito de lixo, após o local deixar de servir como extração de aterro pelos seus antigos proprietários. Na época afirmavam que seria um local inabitável, porém, em dias atuais o local abriga mais de 250 famílias, segundo o registro do CRAS (Centros de Referência de Assistência Social).
Desta famílias, apenas 150 famílias conseguiram cadastro no CRAS, e outras 100 ainda aguardam na fila de espera. A Comunidade Bosque da Saúde, onde seria um local inabitável devido ao seu solo impróprio, hoje possui comércios, moradias, plantações e hortas: resultado de grande mudança positiva, devido ao trabalho extremo e união dos moradores com entidades e ONG’S (Organizações Não Governamentais).
A moradora Lilian informou que, “o bairro abriga muitas famílias de grande parte sem renda fixa. Essas famílias geralmente possuem muitas crianças, todas em torno dos 4 a 6 menores por família”.
Ela ainda ressalva que o bairro não possui nenhum apoio moral ou social, pois todas as doações nunca são vindas da Prefeitura Municipal de Campo Grande. São entidades e ONG’S que se unem e fazem doações por conta própria, afirma.
Outra moradora que preferiu não ser identificada, faz apelo para a Prefeitura, pedindo para que legalizem a região, facilitando para os moradores os registros de suas casas, para que assim paguem o IPTU ((Imposto Predial e Territorial Urbano) como qualquer cidadão de bem. E com o dinheiro dos impostos fossem implantadas pavimentação, iluminação pública e esgoto.
Léia, uma moradora antiga da região, afirma que o bairro possui muita criança, e que atualmente não possui nenhum projeto social voltado a elas.
” Andando pelo bairro notamos muitas crianças andando na rua por falta de opção, onde mães, donas de casa, acabam não trabalhando e não tendo renda por não ter com quem deixar os seus filhos. O bairro não possui pavimentação, iluminação pública, terrenos baldios com muita sujeira e bichos peçonhentos. Quando chove o bairro fica submerso em água, onde até a coleta de lixo público acaba ficando atolado na lama que faz após as chuvas”, finaliza outra moradora que também preferiu não ser identificada na reportagem.
Todas as entidades que participam das doações em parceria com as ONG’s são devidamente sem nenhum fim lucrativo. Pois todas as doações vindas até a região são diretamente entregues juntamente com os seus doadores, que de grande maioria migram de outros bairros da Capital.
Moradores pedem por ajuda e atenção na região, antigamente onde seria um local inacabado por lixo, com solo em degradação, hoje representa VIDA E ESPERANÇA para muitas famílias desalojadas. Atualmente o bairro registra baixo índice de criminalidade, mas em compensação um alto índice de calamidade pública e miséria.
Enviamos um e-mail para a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Campo Grande para obter um posicionamento sobre o assunto, mas até a publicação da matéria não tivemos retorno. Assim que uma reposta for dada, uma nova reportagem será feita com a posição da gestão municipal.
Veja os vídeos enviados por moradores: