Apesar do avanço da vacinação contra Covid-19 em todo o mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não vê uma porta aberta para a erradicação do coronavírus. O diretor da entidade na Europa, Hans Kluge, disse, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (10/9), que somente a vacinação não é suficiente para deter o vírus. O motivo, segundo ele, seriam as novas variantes que estão circulando com mais frequência e, por isso, reduziram a perspectiva de uma imunidade coletiva.
Na ocasião, ele afirmou também que a probabilidade que a doença continue avançando em todo o mundo é cada vez maior. Ainda na coletiva, o diretor pediu para “adaptar nossas estratégias de vacinação”, se referindo, especialmente, às doses de reforço.
A OMS já esteve mais otimista em relação ao fim da pandemia. Em maio deste ano, o diretor afirmou que a pandemia terminará quando for alcançada uma cobertura mínima de vacinação de 70% da população mundial. Entretanto, o cenário mudou. Segundo ele, as novas variantes, principalmente a Delta, tornaram a doença mais perigosa, viral e transmissível. Para tentar conter o vírus, Klunge defende impedir a transmissão das formas mais agressivas da doença por meio de um melhor planejamento da cobertura vacinal.
“O objetivo essencial da vacinação é, principalmente, evitar as formas graves da doença e a mortalidade. Se considerarmos que a Covid continuará sofrendo mutações e permanecerá entre nós, como a gripe, então devemos planejar como adaptar progressivamente a nossa estratégia de vacinação contra a transmissão endêmica, e adquirir conhecimentos muito valiosos sobre o impacto das doses adicionais. A vacinação ainda é essencial para reduzir a pressão sobre nossos sistemas de saúde, que precisam desesperadamente tratar outras doenças além da Covid”, explicou o diretor.
Apesar do plano da OMS de estabelecer uma imunidade coletiva por meio do engajamento de campanhas de imunização, muitos pesquisadores afirmam que é muito difícil alcançar a chamada imunidade de rebanho. Os estudos feitos até o momento revelam que a variante Delta é 60% mais contagiosa que a anterior (Alfa) e o dobro do vírus inicial. Segundo os cientistas, isso significa que é preciso mais pessoas vacinadas ou que tenham contraído a doença para que o coronavírus deixe de circular.
Fonte: Metrópoles.