A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu formalmente nesta sexta-feira (8) o pedido de autorização para uso emergencial da vacina chinesa CoronaVac, a primeira a ser aprovada no país onde a pandemia do coronavírus já deixou mais de 200 mil mortes. A Anvisa, que deve dar sua resposta em dez dias, “já iniciou a classificação dos documentos” anexa ao pedido, informou a entidade em nota. O pedido foi entregue pelo Instituto Butantan do estado de São Paulo, principal produtor de vacinas da América Latina, que realizou testes clínicos no Brasil para a terceira e última fase da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.
O diretor do instituto, Dimas Covas informou quinta-feira que a eficácia do imunizante durante a fase de testes no país foi de 78% nos casos leves e de 100% na prevenção dos casos moderados e graves. Quase 13 mil voluntários da área da saúde participaram dos ensaios realizados em vários estados do país. O acordo com a Sinovac foi firmado pelo estado de São Paulo, cujo governador, João Doria, é visto como rival pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. Mas o Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira que assinou um contrato com o Butantan para comprar 100 milhões de doses para incorporá-las ao plano nacional de imunização contra a covid-19. Pequim já enviou 10,7 milhões de doses para São Paulo e suprimentos para a produção local de mais 40 milhões.
O governo federal não definiu uma data de início da vacinação. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse quinta-feira que “na melhor das hipóteses” isso poderia começar antes de 20 de janeiro, embora pudesse ser adiado para meados de fevereiro ou início de março. O uso de emergência pressupõe que seja limitado a grupos específicos com os quais os exames foram realizados, como profissionais de saúde, e não a toda a população. A segunda vacina que deve solicitar autorização para uso emergencial é a produzida pela AstraZeneca/Oxford, em parceria com o Instituto Fiocruz.
O imunizador também passou por uma fase de testes no Brasil e técnicos da Fiocruz fizeram uma reunião preliminar com a Anvisa nesta quinta-feira para oficializar o pedido. O Brasil, com quase 8 milhões de infecções, contratou a aquisição e transferência de tecnologia de fabricantes para um total de 254 milhões de doses dessa vacina.
Fonte: Uol